quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Assassino ainda livre e armado.


Arquivo do blog.
Para quem não recorda do ocorrido: http://naoestaavenda.blogspot.com.br/2009/08/mal-subito-causado-por-disparo-de.html
Três anos após o assassinato do trabalhador rural Elton Brum, durante ocupação do complexo Southal, em São Gabriel, o assassino confesso (ou bode expiatório de oficiais da BM, de acordo com o ex-ouvidor da Secretaria de Segurança, Adão Paiani), continua livre e portando armas de fogo.
O trabalhador estava desarmado, de costas e fora executado com disparos de arma de calibre 12, disparadas por policial militar durante a ação. A corporação chegou a divulgar nota afirmando que o trabalhador teria morrido em decorrência de uma mal súbito.

O texto abaixo fora extraído do jornal Correio do Povo:

Soldado que assassinou sem-terra mantém porte de arma e permanece na BM



Alexandre Curto exerce funções administrativas na corporação em Bagé

O soldado Alexandre Curto dos Santos, que confessou ter atirado no sem-terra Elton Brum da Silva, de 44 anos, em agosto de 2009, em São Gabriel, mantém o porte de arma e segue trabalhando na Brigada Militar, ainda que no setor administrativo. Durante uma tentativa violenta e desastrada de desocupação da propriedade rural Posto Bragança, o agricultor, ligado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), foi assassinado pelas costas, com tiros de espingarda calibre 12. A arma é geralmente utilizada pela corporação em ocupações do movimento. 


Alexandre Curto assumiu a autoria, mas alegou pensar que a munição era de borracha. Na Brigada Militar de Bagé, Curto, que é professor de Educação Física, mantém atividades na parte administrativa. “Sou professor de Educação Física, dou aula”, disse. 


A conversa, na tarde desta quarta-feira foi por telefone, e breve. Mas Alexandre Curto revelou à reportagem que segue com porte de arma, mesmo depois de, em serviço, há três anos, ter assassinado o agricultor. “Normal, não tem restrição nenhuma. Para o serviço é a arma de porte, revólver ou pistola”, explicou. Hoje, carrega consigo uma pistola. A reportagem já solicitou entrevista com o Comando da Brigada Militar.


Consultado, o advogado do MST Emiliano Maldonado lamentou que o julgamento do assassinato de Elton esteja arrastado há mais de três anos entre a produção do inquérito, a denúncia do Ministério Público e o processo judicial. “Cometem (policiais) um delito, homicídio, mas também casos de abuso de autoridade, tortura... e a tendência é ficar no esquecimento. Nós temos uma cultura autoritária política que se mantém desde a época da ditadura”.


Em 2010, o Ministério Público de São Gabriel denunciou o brigadiano por homicídio qualificado. Conforme o MP, a vítima foi alvejada pelas costas, completamente desarmada e alheia ao confronto protagonizado pela Brigada Militar e do MST no momento do disparo. Na Justiça, o processo está na fase de depoimento de testemunhas. Ainda não há sentença de pronúncia para que se defina se o caso vai ou não a júri popular.





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