domingo, 9 de setembro de 2012

Mulher mais rica do mundo quer pagar salários de R$ 140

Quatro reais por dia. Quatro reais por uma jornada de oito horas diárias. E caso o valor não seja satisfatório, o ser pronunciante tem uma solução: Divirta-se menos e trabalhe mais.
Vamos expressar em números o que a entidade escarrou em verbos: R$ 140,00 é muito pouco, mas, utilizando-se da fórmula da magnata para ganhar mais dinheiro, pode-se dobrar a jornada 16 horas diarias que renderiam a "expressiva" quantia de R$ 280,00).

O salário mínimo australiano gira em torno dos R$ 3.000,00, para jornadas de 8 horas, e ainda assim essa entidade acumula um patrimônio avaliado em 30 bilhões de dólares, herdados da família, exploradora do ramo da mineração.

As jornadas de trabalho e os valores propostos pela magnata, são piores que os praticados no início da revolução industrial. Esse tipo de desejo (que no caso de maganos, acaba tornando-se lobby político permanente), aliado à políticas de transferência de renda às avessas (trabalhadores pagam o "prejuízo" do andar de cima) e a recentes manifestações sugerindo alterações na idade mínima laboral, nos levariam a um cenário semelhante ao escravocrata, com a diferença de que o escravo teria de "se virar", sem o alojamento e a alimentação de seu senhor.

O texto abaixo foi extraído da página do site UOL:


Mais rica do mundo diz que salário ideal é o africano, de R$ 4 por dia
Do UOL, em São Paulo
A mulher mais rica do mundo e herdeira de um império de mineração, Gina Rinehart, afirmou  nesta quarta-feira (5) que a Austrália está ficando muito cara para as mineradoras e disse que conseguiria contratar trabalhadores na África por menos de US$ 2 por dia (cerca de R$ 4).
“As evidências são inquestionáveis de que a Austrália está ficando cara demais e pouco competitiva para negócios voltados à exportação”, disse Rinehart em uma rara aparição pública no Clube de Mineração de Sydney. Um vídeo com a fala da bilionária foi divulgado no site da entidade.
“Os africanos querem trabalhar, e seus trabalhadores desejam trabalhar por menos de US$ 2 por dia”, disse ela. “Tais números fazem eu me preocupar com o futuro desse país”, disse. “Estamos nos tornando uma nação de alto custo e alto risco para investimentos.”
Rinehart pediu que as mineradoras possam levar trabalhadores estrangeiros para a Austrália, e sua empresa Hancock Prospecting conseguiu aprovação, em maio, para contratar pouco mais de 1.700 funcionários de construção estrangeiros para um projeto no oeste australiano.

A premiê australiana, Julia Gillard, criticou os comentários da bilionária e disse que o país vai bem. “Não é o costume da Austrália jogar às pessoas US$ 2, jogar a elas uma moeda de US$ 2 e pedir que trabalhem um dia inteiro”, disse Gillard. “Nós apoiamos os salários adequados e condições de trabalho decentes.”

Outra polêmica

Na semana passada, Gina gerou grande polêmica ao fazer piada com os "invejosos", que, segundo ela, passam mais tempo bebendo que trabalhando. Ela também pediu ao governo que diminua o salário mínimo para atrair mais investimentos.
Gina Rinehart, herdeira e presidente do grupo Hancock Prospecting, tem uma fortuna avaliada em US$ 30 bilhões, segundo a revista Business Review Weekly (BRW).
"Se sentem inveja dos que têm mais dinheiro que vocês, não fiquem sentados reclamando. Façam algo para ganhar mais, passem menos tempo bebendo, fumando e brincando, trabalhem mais", completa o texto.

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