terça-feira, 29 de junho de 2010

Um pouquinho do liberalismo...

Por Juremir Machado da Silva:

Triste Paraguai

O jornal espanhol “El Pais” fez a reportagem sobre o Paraguai que a mídia brasileira não faz por conservadorismo. Mostrou que um pequeno exército guerrilheiro, com cerca de 20 integrantes, o EPP (Exército do Povo Paraguaio), é o resultado da miséria absoluta gerada por um país de grandes fazendeiros fora da lei, reunidos numa tal de Associação Rural, cujo principal objetivo é forçar a derrubada da mata nativa que resta e evitar o pagamento de impostos sobre a exportação de soja e carne. Segundo a matéria do “El Pais”, o Paraguai tinha até pouco tempo fazendas com mais de 400 mil hectares, uma delas com mais de 300 km de frente cercados. Ou seja, o horror como latifúndio.
Quem se importa com isso no Brasil? A nossa mídia está mais preocupada em chamar o presidente Fernando Lugo de populista e em contar os seus filhos. A reportagem revela aspectos sensacionais: “A Comissão de Verdade e Justiça, criada com a ajuda da ONU, estima que 64% das cessões realizadas desde 1954 – desde a chegada ao poder do ditador Alfredo Stroessner – foram ilegais: centenas de milhares de hectares de terras invadidos e dezenas de milhares de agricultores despojados e maltratados”. Deve ser por isso que a direita, em qualquer lugar, sempre rejeita propostas de criação de comissões da verdade. O generoso Brasil deu asilo ao ditador Stroessner.
O primeiro presidente “democrático”, segundo o jornal “El Pais”, não fez melhor pelos seus compatriotas: “O ex-presidente Andrés Rodríguez, por exemplo, que expulsou Stroessner quando este fechou sua firma de câmbio, já tinha se apossado de milhares de hectares e aproveitou o cargo para se apoderar de outros 2 mil. Foi o primeiro presidente democrático, para dizer algo, mas segundo o governo dos EUA o general Rodríguez também era o chefe do chamado Cartel do Paraguai, encarregado, como o próprio Stroessner, de proteger os bandos de traficantes de maconha e as fabulosas redes de contrabando que operavam e operam no país”.
Não me lembro de ter lido isso em jornais como o Estadão? A minha memória, em todo caso, é muito fraca.
O Brasil tem parte nesse latifúndio. Boa parte das terras da região onde transitam os guerrilheiros do EPP pertence a empresas verde-amarelas, entre as quais a tal Mate Laranjeira. O negócio, ao que parece, é espetacular: imposto zero, a utopia de muitos liberais brasileiros, Estado mínimo, lei do mais forte, mão de obra barata, quase escrava, ausência de custo do trabalho, inexistência de sindicatos para incomodar e terras fartas e férteis a dar com um pau. O pau é dado no lombo da peonada para que ela seja produtiva. Um paraíso nada falso. Problemas surgem vez ou outra. Por exemplo, um fazendeiro sequestrado e um resgate a pagar. Aí, sim, os produtores rurais reclamam a presença do Estado.
Um jovem paraguaio cansado de guerra compreendeu tudo, o que se pode apreciar nesta fórmula genial: “Os fazendeiros só querem o exército, e não o Estado".
É um fenômeno muito comum, do qual o Brasil não escapa. Ainda há muitos “investidores” e “produtores” que do Estado só querem a repressão, a mão armada, de preferência, gratuita, ou paga com impostos de outros.
O sonho de alguns é que a massa pague impostos para armar os exércitos capazes de reprimi-la.
Triste Paraguai.
Tão longe, tão próximo.
O jornal “La Nacíon” espantou-se, porém, unicamente com a descoberta de uma cartilha do EPP, que publicou e transformou numa prova de que algo vai mal no Paraguai.
O resto, claro, vai muito bem.

Texto extraído do blog do sociólogo, mantido no site do jornal Correio do Povo.

Propaganda de cerveja.

Na Argentina.
Pode ser que isso inspire nossos publicitários, e mostre que não precisa de mulheres nuas e desenhos animados (propaganda de álcool para crianças) para vender cerveja.

Vídeo extraído do blog Tomando na Cuia:


segunda-feira, 28 de junho de 2010

O vice de Serra...

...foi a melhor opção, para Dilma:

Do site Conversa Afiada:

Presidente dos tucanos também joga Serra às feras

Clique aqui para ir ao áudio na CBN.

Clique aqui para ir ao blog ‘Os Amigos do Presidente Lula’

Depois de FHC, agora é Sérgio Guerra que admite que o Serra vai perder a eleição

Primeiro foi Fernando Henrique Cardoso que declarou a colunista Mônica Bergamo, que José Serra não vai vencer a eleição presidencial.

Agora, o senador e presidente do PSDB, Sérgio Guerra, admitiu ao jornal de oposição ao governo Lula, O Globo, que José Serra e Álvaro Dias perderão as eleições

Sérgio Guerra admite que impasse sobre vice de Serra pode comprometer vitória do PSDB

O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), admitiu nesta segunda-feira, em entrevista à rádio CBN, que a vitória do partido nas eleições presidenciais deste ano pode ter sido comprometida com a negativa do aliado DEM em apoiar o nome do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) para a vice-presidência na chapa encabeçada por José Serra. Para Guerra, a principal questão é a falta de unidade.

- Temo que tenhamos neste episódio atuado para comprometer a nossa vitória. Não é a questão de um partido ter o apoio do outro. Já votamos com os democratas, e os democratas votam conosco há muitos anos. O problema é ter unidade, tranquilidade, e uma solução construtiva da luta que enfrentaremos – apontou Guerra.

No último domingo, o presidente do DEM, Rodrigo Maia, defendeu o rompimento da aliança caso a legenda não possa indicar o vice. Nesta segunda-feira, Maia deve se reunir em São Paulo com Serra para dar um ultimato: ou o PSDB desiste da chapa puro-sangue ou haverá o risco de o DEM ficar fora da coligação.

Guerra ressaltou ainda que o impasse pode afetar as alianças estaduais:

Os encaminhamentos estaduais seguem seus cursos, mas ninguém pode pensar que não havendo entendimento geral vá se ter entendimento local com a facilidade que se tinha antes.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Ainda sobre "Serra, o obreiro"...

Um grande amigo, o repórter Márcio Brasil, fez uma excelente análise jurídica do cartaz em que o presidenciável tucano José Serra aparece em um cartaz publicitário do Governo do Estado de São Paulo, em meio aos operários que trabalharam em uma obra do metrô paulista, a qual postei mais abaixo.

Reproduzo o texto, e a foto do cartaz editada, extraídos de seu blog:


O prefeito de Capão do Cipó sabe. O de Joia também. O de Jaguari, idem. A governadora do Rio Grande do Sul sabe, o do Paraná também. O de Santa Catarina, idem.

Parece que só o ex-governador José Serra, candidato do PSDB à presidência da República, não sabe que em propaganda institucional paga com o dinheiro público não pode aparecer a carinha, a fotinho, o nome ou qualquer referência de agentes políticos.

Do blog Não Está À Venda, do meu camarada Cristiano Freitas, catei essa aberração aí acima. (As elipses ao lado fui que inseri para destacar a fuça do Serra e o logo do Governo de São Paulo). Trata-se de um cartaz colocado pelos metrôs de São Paulo, fazendo uma "homenagem" aos trabalhadores da obra do Sacomã.

Vejamos o que dizem os Princípios Constitucionais da Administração Pública, no tocante à publicidade:

Com efeito, de um lado, o princípio da impessoalidade busca assegurar que, diante dos administrados, as realizações administrativo-governamentais não sejam propriamente do funcionário ou da autoridade, mas exclusivamente da entidade pública que a efetiva (10).Custeada com dinheiro público, a atividade da Administração Pública jamais poderá ser apropriada, para quaisquer fins, por aquele que, em decorrência do exercício funcional, se viu na condição de executa-la. É, por excelência, impessoal, unicamente imputável à estrutura administrativa ou governamental incumbida de sua prática, para todos os fins que se fizerem de direito.

Assim, como exemplos de violação a esse princípio, dentro dessa particular acepção examinada, podemos mencionar a realização de publicidade ou propaganda pessoal do administrador com verbas públicas (11) ou ainda, a edição de atos normativos com o objetivo de conseguir benefícios pessoais (12).

No âmbito dessa particular dimensão do princípio da impessoalidade, é que está o elemento diferenciador básico entre esse princípio e o da isonomia. Ao vedar o tratamento desigual entre iguais, a regra isonômica não abarca, em seus direitos termos, a idéia da imputabilidade dos atos da Administração ao ente ou órgão que a realiza, vedando, como decorrência direta de seus próprios termos, e em toda a sua extensão, a possibilidade de apropriação indevida desta por agentes públicos. Nisso, reside a diferença jurídica entre ambos.

Já, por outro ângulo de visão, o princípio da impessoalidade deve ter sua ênfase não mais colocada na pessoa do administrador, mas na própria pessoa do administrado. Passa a afirmar-se como uma garantia de que este não pode e não deve ser favorecido ou prejudicado, no exercício da atividade da Administração Pública, por suas exclusivas condições e características.

Nota do blogueiro: Infelizmente, meu amigo, se atinge o candidato da mídia corporativa, não ganha destaque. E como temos um tucano (filiado) e um porta-voz do "Democratas" (alguém ainda vai ter de me explicar esse nome), no TSE, fica difícil algum tipo de punição.

Fazemos nossa parte, "tentando no grito".

Um grande abraço.

Sobre o que não está à venda...

...ou sobre quem não está à venda:
Foto extraída do site Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Enquanto isso, em Goiás...

...no estado que reúne alguns dos "peso-pesados" da direita brasileira como Ronaldo Caiado, Marconi Perilo, Kátia Abreu (goiana eleita pelo Tocantins), Joaquim Roriz (goiano disputa no DF), Demóstenes Torres, entrew outros de menor expressão, Dilma cresce enquanto Serra definha.

Tá feia a coisa pro lado dos "bicudos":

Texto extraído do Blog do Nilmário:

Dilma encostou em Serra em Goiás. A diferença pró-Serra caiu de 12.2% para 5,4%(41,4% a 36). O PT apóia Iris Rezende para governador. O PT gostou da aliança com Iris em Goiânia, onde o vice petista assumiu a prefeitura. Ele está encostando em Marconi Perillo, cuja vantagem é de apenas 4,4% (45% do tucano para 40,6% de Iris).

Tucano-Mor duvida da possibilidade de eleição de José Serra

Do Diário Gauche:

FHC declarou que duvida do êxito de Serra.

Se nem o Farol acredita, quem é por Serra?

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) confidenciou a interlocutor de sua mais absoluta confiança recentemente que tem sérias dúvidas sobre a possibilidade de José Serra (PSDB-SP) vencer a eleição presidencial, informa a coluna de Mônica Bergamo, publicada na edição desta quarta-feira (23) da Folha.

"E olha que estou tentando ajudar", disse o ex-presidente, atualmente em tour pelo exterior - com retorno previsto para o dia 2.

No início de junho, convocada por FHC, a cúpula do PSDB se reuniu em São Paulo para pregar uma correção de rumo da campanha de Serra à Presidência.

O risco de desgaste com a demora na definição da vice é alvo de apreensão do grupo. A falta de diálogo e recentes rompantes de Serra também estiveram em pauta. Todos cobram informações sobre a campanha.

A avaliação foi a de que Serra deveria dedicar mais atenção aos aliados e à montagem de palanques, em vez de desperdiçar energia com a rotina da campanha.

José Serra comenta a última pesquisa do IBOPE...

No vídeo abaixo:

Pesquisa CNI/Ibope: Dilma tem 40%, contra 35% de Serra

Pesquisa Ibope encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) para a eleição presidencial, divulgada nesta quarta-feira (23) em Brasília, mostra a candidata Dilma Rousseff (PT) com 40% das intenções de voto, contra 35% do candidato José Serra (PSDB) e 9% da candidata Marina Silva (PV). Votos brancos e nulos somam 6%. Não responderam 10% dos entrevistados. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Clique aqui para ler a reportagem na íntegra.

Tiras Buenas

Do blog Com Texto Livre

terça-feira, 22 de junho de 2010

Photoshop faz milagres...

...até mesmo por José Serra em meio aos "fedorentos".

Clique na imagem para ampliar.

Não sou especialista em imagens, suas "formações e deformações", mas que as sombras e a iluminação sobre o "cheiroso", divergem muito da que incide sobre os trabalhadores, é evidente.

Serra fingindo gostar de povo, fingindo ser povo.

Texto extraído do blog ABUNDACANALHA:

Serra para ganhar a eleição precisa ser Lula. Não tem como, daí frauda uma imagem. Vejam este cartaz no metrô de São Paulo: o candidato junto a operários. Falsidade total. É algo para entrar na lista das piores photoshopadas da história. A imagem do candidato nada combina com o restante da foto. A luz é outra. As sombras são diferentes. É obra tosca para fabricar mais uma mentira do candidato tucano.

Eu vi aqui:
http://twitpic.com/1ym70f

E o atentíssimo Esquerdopata foi lá e achou o cartaz.

sábado, 19 de junho de 2010

Liberais pedem penico ao Estado...

...novamente.

Tem sido uma tática interessante: Apropriar-se, com dinheiro público (BNDES), do patrimônio público, demitir funcionários para reduzir custos, reduzir o investimento em infra-estrutura, para reduzir custos, aumentar exponencialmente as tarifas, cobradas por serviços muito mal prestados, aumentanto de forma astronômica os lucros da "nova empresa".

O passo seguinte é não pagar o governo. Refinanciar a dívida com mais subsídios estatais, e quando, a concorrência melhor estruturada, apresentando melhores serviços, e possivelmente cobrando menos, começa a ameaçar "seu investimento", imploram ao Estado que intervenha, imponha normas ao MERCADO, interfira na LIVRE CONCORRÊNCIA, em favor do "investimento nacional".

Ou...

Texto do site Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim

Lula vai ter que re-estatizar a BrOi. Ou ceder a uma chantagem

Vasco da Gama e Montezuma vão invadir o Brasil: Solta a grana, Geisel!


O respeitado jornalista Rubens Glasberg, editor da Teletime, a mais importante publicação sobre telecomunicações do país, me contou o presidente de uma empresa da área de telefones estava muito preocupado com a BrOi.

Porque, se a BrOi quebrasse, o sistema brasileiro de telefonia entraria em colapso: a BrOi controla toda a telefonia fixa do país, menos São Paulo.

E provocaria uma onda de estatização incontrolável.

Saiu no Estadão de hoje, na primeira página, e na página B1, reportagem de Karla Mendes – clique aqui para ler “Oi pede ajuda a Lula contra rivais – sócios da Oi se reúnem com Lula e pedem blindagem para evitar tentativa de compra pela Portugal Telecom e proteção contra os mexicanos.

O encontro foi na quinta feira, anteontem, por duas horas e meia.

Segundo uma fonte não identificada (que a repórter do Estadão cita com frases entre aspas – Viva o Brasil !), o presidente Lula “foi receptivo” ao pleito e teria dito a essa fonte: “Não é para vender, não. Pelo contrário.” (olha aí as aspas…)

Participaram da reunião o super-presidente da Oi, Antonio Galotti (*), e os empresários (?) Sergio Andrade e Carlos Jereissati, que entraram no negócio sem botar um tustão.

Esta semana, o Conversa Afiada já tinha anunciado o naufrágio da BrOi, a plataforma P-36 do Governo Lula: clique aqui para ler.

E, no naufrágio, o papel decisivo do passador de bola apanhado no ato de passar bola, Daniel Dantas.

A BrOi não tem bala para competir com a Telefônica de Espanha, com o mexicano Slim da Embratel, nem com ninguém.

Nem para resistir a uma ofensiva dos portugueses da Portugal Telecom.

A BrOi não tem bala para reinvestir e se manter no jogo.

Os consumidores que liguem para o PROCON.

A BrOi também não tem como realizar o sonho secreto dos burocratas do BNDES – que a financiaram com o dinheiro do FAT, do trabalhador brasileiro, e do Erário, ou seja, do povo brasileiro.

Era o sonho de torná-la um “global player”, a sair pelo mundo e competir com a camisa 10 da seleção brasileira nos mercados da Alemanha, da Suécia, Kirzistão e Bogúncia.

Deu no que deu.

A BrOi naufragou.

Por que dar o dinheiro ao Galotti, ao Andrade e ao Jereissati ?

Em nome de que ?

De sua proficiência empresarial, no setor de telecomunicações ?

Como, se eles afundaram a BROi ?

Quando este ordinário blogueiro propôs ao presidente do BNDES que a PHA Comunicação comprasse a Brasil Telecom, anunciou que dava R$ 1 a mais do que Andrade e Jereissati colocassem do próprio bolso.

E enunciou entre suas qualificações o fato de usar muito o telefone – o que o colocava em pé de igualdade com Andrade e Jereissati no quesito “conhecimento da tecnologia da industria”.

O que está em jogo, amigo navegante, não são os senhores Andrade ou Jeressaiti – que, de resto, como legítimos representantes do empresariado brasileiro, adoram o que os americanos chamam de “other peoples’ money” – o do Estado.

Andrade e Jereissati, através de Antonio Galotti, já tinham sugerido que a BrOi administrasse o Plano Nacional da Banda Larga pelo Governo, com módica remuneração do tamanho de sua divida.

Póóóóóde, amigo navegante ?

Póóóóóde ?

Rogério Santana, presidente a Telebrás, depositou a proposta no lugar apropriado: a lata do lixo.

Agora, é o velho truque de pedir ajuda ao povo brasileiro com o argumento: os estrangeiros estão aí !

Se não colar, virá o minueto do “basta de estatização !”, que vai ecoar pelo PiG (**) como um grito de guerra.

Há outra hipótese, amigo navegante.

Andrade e Jereissati, juntos, tem o controle acionário da BrOi (sem ter colocado um tusta do próprio bolso).

Os outros sócios – BNDES e fundos de pensão das estatais, como Previ, Petros e Funcef -, juntos, não tem como vender o controle da companhia.

Pense nessa hipótese, amigo navegante, se você, como eu, está preocupado com o dinheiro do Erário.

O Antonio Galotti foi ao Presidente Geisel e disse:

- General Presidente, eu tenho o controle acionário da Light. Ou o senhor me dá uma grana para eu continuar como o único empresário brasileiro do setor, ou eu vendo a Light aos portugueses ou ao mexicano.

É disso mesmo que se trata, amigo navegante.

O Dr Galotti vai vender a Light quebrada à Eletrobrás.

Ou ficar com a Light com o dinheiro que o General Geisel arrumar pra ele.

E quebrar, de novo, lá na frente.

Só, que, dessa vez, amigo navegante, espera-se que tudo isso seja feito à luz do dia, antes da Missa do Galo.

Paulo Henrique Amorim

(*) Antonio Galotti foi o notável presidente da Light, como homem de confiança dos proprietários canadenses. Galotti mandou numa parte do Brasil (e do PiG). E ajudou a financiar a queda do presidente Goulart. Ele sugou os brasileiros enquanto pôde, manipulou tarifas, obteve aval do Governo para empréstimos, e, quando a companhia quebrou, vendeu-a à Eletrobrás, na calada da noite, entre o Natal e o Ano Novo, nos últimos dias do Governo Geisel. Para se informar mais sobre como ele, hoje, preside a Oi, leia aqui.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Jornalão pode, blog não.

É o que afirma, nem tão nas entrelinhas assim, a procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau, no texto abaixo, extraído do blog Cloaca News.

PROCURADORA QUE QUER CALAR A BLOGOSFERA DEFENDE A BANDALHEIRA DA “GRANDE MÍDIA”

A vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau, que propôs ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ação cautelar contra a Google para que seja retirado do ar o blog Os Amigos do Presidente Lula, não pode ser incluída no rol das flores que podemos cheirar.

Esta mesma senhora, que anteontem, 16/6, protocolou este tosco tolete jurídico, recheado de locuções latinas de almanaque, participou, dias atrás (7/5), de um seminário promovido pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), ao lado de Arnaldo Versiani, ministro do TSE.

Batizado de "Encontro Imprensa e Eleições", o evento contou com a gentil cobertura da Folha de S.Paulo, feita pelo repórter Ranier Bragon. A certa altura da reportagem, encontramos a seguinte passagem, com a singela manifestação do pensamento da venerável Madame Cureau:
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“Tanto Versiani quanto a vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau, disseram ser contra a punição de órgãos da mídia por dar maior espaço a candidatos cuja posição “exerça um poder maior de atração sobre a imprensa”.
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Se você não bota fé no que dizemos – afinal, somos apenas um blog hidrófobo - , confira aqui com seus próprios olhos.
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Como diz um sábio pensador cearense: Lends Picantis In Ânus Autrem Q'sucus Est.

Nota do blogueiro: Por exercer "um poder maior de atração sobre a imprensa", podemos entender o que?
Aquele que mais verbas públicas destina aos grandes (e quase falidos) meios de comunicação?
Os links abaixo, podem ilustrar melhor o que seria esse "poder de atração":

http://naoestaavenda.blogspot.com/2009/03/mais-um-pouco-de-promiscuidades-publico.html
http://naoestaavenda.blogspot.com/2009/03/contratos-do-ze-pedagio-com-editora.html

Os jornalões podem, mas se os blogs, apenas reproduzirem seu conteúdo, podem ser censurados, como pode ser visto no link abaixo:

Morre o escritor comunista José Saramago.

Do Blog do Miro:

José Saramago, o militante comunista


Reproduzo nota do Partido Comunista Português, que ressalta a militância política do genial escritor José Saramago – coisa que a mídia hegemônica tentará apagar nas suas mensagens de condolências:

A morte de José Saramago constitui uma perda irreparável para Portugal, para o povo português, para a cultura portuguesa.

A dimensão intelectual, artística, humana, cívica, de José Saramago fazem dele uma figura maior da nossa História.

A sua vasta, notável e singular obra literária – reconhecida com a atribuição, em 1998, do Prémio Nobel da Literatura - ficará como marca impressiva na História da Literatura Portuguesa, da qual ele é um dos nomes mais relevantes.

Construtor de Abril, enquanto interveniente ativo na resistência ao fascismo, ele deu continuidade a essa intervenção no período posterior ao Dia da Liberdade como protagonista do processo revolucionário que viria a transformar profunda e positivamente o nosso país com a construção de uma democracia que tinha como referência primeira a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do país.

José Saramago era militante do Partido Comunista Português desde 1969 e a sua morte constitui uma perda para todo o coletivo partidário comunista - para o Partido que ele quis que fosse o seu até ao fim da sua vida.

O Secretariado do Comité Central do PCP manifesta o seu profundo pesar, a sua enorme mágoa pela morte do camarada José Saramago – e expressa as suas sentidas condolências à sua companheira, Pilar del Rio, e restante família.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Ficha limpa.

Charge do Kayser.

Lei obriga o registro cartorário de programas de governo.

Candidatos terão de registrar suas "plataformas". Claro, isso não será problema para aqueles, quem nem assim, as cumprem, como pode ser visto aqui.

Artigo extraído do Site do Sindibancários, do Rio Grande do Sul.


Nova lei obriga candidatos a registrarem plano de governo
Fonte: ZH.com

Peças já importantes das campanhas, os programas de governo – o documento contendo as principais orientações políticas e as medidas que os candidatos se comprometem a implantar se forem eleitos – ganharam um componente novo este ano. Pela primeira vez, a lei obrigará os partidos a apresentarem por escrito – além de uma via digitalizada – sua plataforma de governo no momento de registrar suas candidaturas a presidente e a governador nos tribunais eleitorais.

Mesmo que dificilmente abra brechas para futuras contestações contra governantes que não cumprirem o que prometeram, a norma pelo menos permitirá ao eleitor comparar o que foi anunciado por um candidato com o que ele fez no governo.

Com prazo limite até 5 de julho (último dia para registro de candidatos para as eleições de 3 de outubro), os partidos que concorrerão ao governo do Estado continuam finalizando suas plataformas. A maioria deve entregar no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) apenas uma versão preliminar e sucinta do programa, contendo as linhas gerais das propostas.

Centros de estudos, viagens e audiências municiam partidos

É o caso do PSDB, que ainda está montando os grupos que elaborarão o plano de governo de Yeda Crusius, explica Carlos Callegaro, um dos responsáveis pelo programa tucano.

Para produzir seu programa, o PMDB partiu de um roteiro produzido no ano passado pela Fundação Ulysses Guimarães, o núcleo de estudos políticos do partido, para elaborar o plano que orientará a campanha de José Fogaça ao Piratini. Já o PT optou por um processo mais abrangente para produzir o programa de Tarso Genro. Desde novembro passado, foram realizadas mais de 400 reuniões em 80 cidades, além de encontros setoriais, temáticos e plenárias livres. Segundo Marcelo Danéris, coordenador do programa de governo do PT, mais de 6 mil pessoas participaram das discussões.

Globo mostra um "Cala boca Galvão"...mais um...

Do blog Diário Gauche, do sociólogo Cristóvão Feil:

Faixa "Cala Boca Galvão" vazou em transmissão da Globo, hoje






A continuar assim, o narrador mais tagarela, mais sabido, mais lambido, mais tudo, cai.

É uma queda-de-braço estabelecida entre a torcida/blogosfera contra o chato-mor da Globo e, de resto, contra a própria tevê Globo.

Nota do blogueiro: Há tempos torcidas insatisfeitas com o "paulistismo, puxa-saquismo" e a sucessão de besteiróis do S.r. sabe-tudo, o enrolador, o narrador que não narra, Galvão Bueno.

O vídeo abaixo, extraído do youtube, mostra uma dessas manifestações, no estádio olímpico, em Porto Alegre durante jogo entre Grêmio e São Paulo, pela Copa Libertadores da América.


segunda-feira, 14 de junho de 2010

Noblat joga a toalha...

..."Hoje, parece improvável que Dilma perca"



Deu no blog de Ricardo Noblat (hospedado em O Globo), agora a pouco (8h15):

[...] Hoje, parece improvável que [Dilma] perca. É o que admitem em segredo oito entre cada 10 políticos de todos os partidos. Jamais um candidato a presidente contou com cabo eleitoral tão forte e disposto, e uma conjuntura tão favorável.

Em conversa com amigos, Lula confidencia coisas do tipo: “Quero somente ver se o Serra tem sangue de barata. Só se tiver para não reagir às provocações que lhe farei”.

Ou então: “Eu me empenharei em eleger Dilma de uma forma como nunca fiz nem para mim mesmo”. Ou ainda: “Eleger Dilma é uma questão de honra para mim”.

O grau de felicidade dos brasileiros está em alta. Lula tem sido feliz na venda da idéia de que é o único inventor do país da bonança.

Entre 2002 e este ano, o salário mínimo pulou de US$ 80 para US$ 280; o Produto Interno Bruto (PIB) foi de US$ 500 bilhões para US$ 1 trilhão; e 30 milhões de pobres ascenderam à classe média.

Somente um imprevisto, um clamoroso erro ou sucessivos erros de pequeno e médio porte serão capazes de imprimir um novo rumo a uma eleição com toda a pinta de que acabou antes de começar para valer.

Erros podem ser evitados poupando-se Dilma de protagonizar situações que escapem ao controle dos seus atentos guias.

Nada de se expor em debates – pelo menos até que se distancie de Serra nas pesquisas de intenção de voto. Caso isso ocorra, comparecer a debates para quê?

Nada de entrevistas a não ser para veículos confiáveis e jornalistas preocupados antes de tudo com fontes de informações a serem abertas no próximo governo.

O mais recomendável seria que Dilma se reservasse para brilhar nos comerciais e programas de propaganda eleitoral de campanha. Ainda assim como uma espécie de segundo sol.

Se ela se limitar a exaltar Lula e a ser exaltada por ele, e defender vagas idéias consensuais, só perderá se o destino lhe for ingrato. Presidência é destino. [...]

Repito: o texto acima foi redigido e publicado hoje por um jornalista-blogueiro do PIG, trabalha a soldo de O Globo, de propriedade da família Marinho, e se chama Ricardo Noblat.

Acreditem.

Texto extraído (menos o título) do Blog Diário Gauche, de Cristóvão Feil.

Nota do blogueiro: Tentei deixar o link do texto original, do blog do Noblat, mas como não sou assinante do chumaço de papel para o qual escreve, não tenho acesso (ao link direto), mas pode-se ler o texto aqui, procurando pelo título "Lula ganhou".
O texto é como deveria se esperar, um ataque gratuito ao PT, Lula e Dilma, mas realmente surpreende o tom de "não deu pra nóis, tucanada", explícito nos trechos acima.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Imposto sobre grandes fortunas avança na Câmara


Do blog Tijolaço, do Deputado Federal Brizola Neto:

Passou meio despercebida ontem uma notícia muito importante. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou o Projeto de Lei Complementar 277/08, da deputada Luciana Genro (Psol-RS), que institui o Imposto sobre Grandes Fortunas para todo patrimônio superior a R$ 2 milhões.

É um primeiro passo para uma tributação mais justa no país, que atinja o alto da pirâmide e gere mais caixa para investimentos em saúde, educação e moradia, entre outros setores de responsabilidade primordial do Estado. O projeto ainda precisa passar pelo Plenário, e se aprovado seguirá para o Senado.

Esta é uma batalha dura. Empresários e parlamentares vivem cobrando uma reforma tributária no país, mas evitam debater o Imposto sobre Grandes Fortunas, cuja criação foi prevista na Constituição de 1988. Imposto semelhante existe na Alemanha, França e Suíça, enquanto na Inglaterra e Estados Unidos existem impostos elevados sobre heranças.

Pelo projeto aprovado, a alíquota do imposto varia de acordo com o tamanho da fortuna. Para o patrimônio de R$ 2 milhões a R$ 5 milhões, a taxação será de 1%. Entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões, de 2%. De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões, de 3%. De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões, de 4%; e de 5% para fortunas superiores a R$ 50 milhões.

Para os que vão se levantar contra a medida, é importante ressaltar que um trabalhador que ganha R$ 5 mil por mês, paga anualmente de Imposto de Renda 13,66% de seu ganho anual. E estamos falando de imposto sobre a renda gerada pelo seu trabalho. Diante disso, o que significa pagar 1% para quem tem um patrimônio de mais de R$ 2 milhões?

O número de brasileiros milionários não é preciso, mas tomando por base levantamento após a crise de 2008, publicado por O Globo em junho do ano passado, são 131 mil indivíduos que tem mais de US$ 1 milhão em investimentos financeiros.

Nota do blogueiro: 131 mil contra mais de 190 milhões. A lógica é simples: Taxar os primeiros para financiar o bem estar do todo.
A gritaria será muito grande e dificilmente essa proposta será aprovada. Boa parte dos parlamentares tem patrimônio superior a R$ 2.000.000,00 (obviamente que estou desconsiderando as declarações de patrimônio prestadas a Justiça Eleitoral, onde uma propriedade rural com mais de 1.200 ha é avaliada em R$ 10.000,00). Suas bases e financiadores também seriam "atingidos".
O P.I.G. vai apelar ao impostômetro e a pretensa alta carga tributária do país, que em tese, atrapalha o desenvolvimento do país, desconsiderando o volume de impostos pagos em países muito mais desenvolvidos economicamente, como exposto abaixo (alíquotas máximas de impostos sobre renda):

•Dinamarca - 59,74% (Europa)
•Suécia - 56,60% (Europa)
•França - 55,85% (Europa)
•Bélgica - 53,50% (Europa)
•Holanda - 52% (Europa)
•Finlândia - 50,90% (Europa)
•Áustria - 50% (Europa)
•Japão - 50% (Ásia)
•Austrália - 48,50% (Oceania)
•Canadá - 46,41% (América do Norte)
•Alemanha - 45,37% (Europa)
•Espanha - 45% (Europa)
•Itália - 44,10% (Europa)
•Suíça - 42,06% (Europa)
•Portugal - 42% (Europa)
•Irlanda - 42% (Europa)
•Polônia, Grécia, Reino Unido e Noruega - 40% (Europa)
•Estados Unidos - 39,76% (América do Norte)

Fonte: http://www.igf.com.br/

terça-feira, 8 de junho de 2010

domingo, 6 de junho de 2010

Os tontos

O tucanato está tonto e zangado

Elio Gaspari:

O tucanato está tonto, sem motivo. A prova da falta de rumo está na insistência de José Serra em fazer oposição vigorosa... ao governo da Bolívia.

Campanhas presidenciais têm momentos mágicos, como o dia em que Fernando Henrique Cardoso viu eleitores empunhando cédulas do real durante um comício na Bahia.

Serra precisa perseguir esses momentos. Ele entrou na disputa com um discurso aveludado, lembrando Tancredo Neves, e em poucas semanas crispou-se, tentando ficar parecido com Fernando Collor.

A perplexidade tucana não tem amparo na realidade. A percentagem de eleitores dispostos a tirar o PT do governo é igual à daqueles que gostariam de votar em Dilma Rousseff. Trata-se apenas de batalhar pelo votos com uma plataforma real, livre de marquetagens. Se perder, paciência.

Em 2008, nos Estados Unidos, o jogo bruto detonou a candidatura de Hillary Clinton, que parecia invencível. Em vez de falar macio, ela e o marido, Bill, decidiram pegar pesado. Ciscaram para fora.

Num episódio típico, empurraram Ted Kennedy para o colo de Obama. É verdade que ele namorava a hipótese, mas a gota d’água deu-se quando Bill Clinton disse-lhe: “Esse sujeito nunca fez nada. (...) Ele nos servia café!”. Kennedy ouviu e fechou a conta.

Tanto Serra como Dilma parecem-se mais com madame Clinton do que com o companheiro Obama. O problema de Serra é que Dilma tem Lula ao seu lado. Com estrondos, não ganhará a eleição.

Extraído do blog do Noblat.

Aqui, o comentário de Paulo Henrique Amorim sobre o texto de Elio Gaspari: Serra só tem uma saída: Pendurar FCH no pescoço.

sábado, 5 de junho de 2010

Concessionárias deitam e rolam em São Paulo.

A charge acima foi extraída do Jornal Eletrônico Sul 21.

No mês de abril, comentei aqui o texto de Élio Gaspari, no qual comenta a brutal diferença de valores cobrados pelas concessionárias instaladas pelo tucanato, e as recentes concessões do governo federal.

Agora, a própria Rede Globo, beneficiária da governança paulista de José Serra, critica os preços, o volume de praças, a distância entre essas (cerca de 30 km) e a forma como elas "dão cria" em solo paulista (instala-se uma praça de pedágio, em rodovias já privatizadas, a cada 40 dias).

Ou as "viaturas" da Globo não receberam passe livre, ou alguns repórteres perderão a cabeça, ao melhor estilo José Serra de enfrentar críticas.

O vídeo foi extraído do Site Conversa Afiada, do censurado Paulo Henrique Amorim

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Chora direita!

O isolamento dos Estados Unidos

Por Juremir Machado da Silva

Quem tem pressa come cru.
É melhor do que não comer. Mas tem preço.
Quando Luiz Inácio disse que a crise financeira de 2008 chegaria ao Brasil como uma marolinha, foi ridicularizado.
Estava certo.
Agora, depois de mediação do rolo dos iranianos com os Estados Unidos, foi motivo de chacota ao dizer que os americanos ficariam isolados.
Não estava totalmente errado.
O jornal “Herald Tribune” estampou a seguinte manchete: “Ao ignorar o acordo com o Irã, Obama se afunda em mais um fracasso”.
Roger Cohen, autor do texto do HT, bateu forte: “Os americanos veem os iranianos como ‘evasivos, falsos, fanáticos, violentos e incompreensíveis’. Os iranianos, por sua vez, veem os americanos como ‘beligerantes, hipócritas, ateus, imorais, materialistas, calculistas’, sem mencionar provocadores e exploradores”.
Na mosca.
O Brasil e a Turquia fizeram o que era necessário. Os Estados Unidos e seus principais aliados, mortos de inveja e feridos nos seus interesses, esnobaram o acordo. O Herald Tribune dá no fígado dos que torceram o nariz para a ação conjunta de Brasil e Turquia: “Como se fosse necessária mais uma ilustração da relação de desconfiança, esta acaba de ser fornecida pelo acordo do Brasil e Turquia sobre o urânio pouco enriquecido do Irã, a reação rabugenta dos EUA e a aparente determinação dos Grandes Poderes, liderados pelo governo Obama, de se afundar mais no fracasso”.
O articulista puxa as orelhas da arrogante Hillary Clinton por querer liquidar com muitas rapidez os “esforços sinceros” de Brasília e Ancara em resolver problemas de grande interesse mundial.
A sentença do jornal americano é esta: fatos são fatos.
Brasil e Turquia consolidaram o acordo proposto pelos Estados Unidos em outubro de 2009. Qual foi a recompensa americana: desdenhar o pacto e defender novo sanções contra o Irã. Conclusão do HT: “No ano passado, na ONU, Obama pediu uma nova era de responsabilidade compartilhada. ‘Juntos, precisamos construir novas coalizões que superem nossas divisões’, declarou. Turquia e Brasil responderam – e foram esnobados. Obama fez suas próprias palavras iluminadas parecerem vazias”. Deu? Ou querem mais? Os franceses acharam a intervenção brasileira no caso do urânio iraniano ingênua, mas, segundo o jornal “Le Monde”, foram cautelosos nas críticas por uma razão bem simples: não atrapalhar a venda dos caças Rafale ao Brasil. Cinismo e grana.
Nada como ler direto na fonte, o jornal “Le Monde”: “Na sequência diplomática, rápida e cheia de reviravoltas, que acaba de acontecer em torno da questão nuclear iraniana, a França se esforçou para poupar o Brasil de uma forma surpreendente, a fim de preservar os interesses comerciais e a ‘parceria estratégica’ com o gigante da América Latina. questão da venda do caça Rafale para o Brasil parece ter contado bastante nessa abordagem”. São esses países e lideres que pretendem dar lições ao mundo? Luiz Inácio está deitando e rolando. Os Estados Unidos só não estão isolados por terem como comprar uma considerável gama de potências aliadas.
Um terceiro jornal, o espanhol "El Pais", encheu a bola de Luiz Inácio: "Essa atitude corresponde a uma política internacional de cunho realista, que é conduzida sobretudo pelos interesses do Brasil como potência americana com vocação global. É uma aposta que compete diretamente com os europeus, cuja nutrida presença nas instituições internacionais, além de acentuar sua cacofonia e sua capacidade divisora, não faz mais que salientar a antiguidade de uma arquitetura internacional que se mantém quase intacta desde que terminou a última guerra mundial, há 65 anos.
Lula sempre desenvolveu uma grande atividade internacional. Mas este ano de 2010, o último de sua presidência, registrou um salto qualitativo, marcado por dois deslocamentos ao exterior que indicam como sondas a profundidade da vocação do Brasil. O primeiro o levou em março passado ao Oriente Médio, região geográfica que jamais havia ocupado um presidente brasileiro. O segundo o levou agora a Teerã e lhe proporcionou o raro privilégio de se encontrar com o guia supremo da revolução, o aiatolá Ali Khamenei, algo que só está ao alcance de uma lista muito restrita de mandatários estrangeiros. Com sua imagem de bonomia proletária e seu enorme prestígio, Lula está atuando como um foguete propulsor do Brasil na nova etapa geopolítica multipolar. Está bem claro que como parte de seu legado político quer deixar o Brasil situado o mais alto possível no cenário internacional, e especialmente bem colocado em suas apostas institucionais".
Chora, direita.
O iletrado está escrevendo história.

Israel defendeu-se!

Do ataque feroz, cruel e sanguinário que se seguiria, caso os navios turcos atracassem. O vídeo abaixo, mostra farto e sofisticado armamento, oculto dentro dos barcos atacados pelos israelenses, que provavelmente serviriam para abastecer exércitos terroristas.


Já estou apto a escrever no blog do Professor Hariovaldo?

Como tucanos reagem a protestos?

Jogando direitos constitucionais no lixo.

Texto e vídeo extraídos do Blog RS Urgente, de Marco Aurélio Weissheimer:

Professores repudiam invasão de universidade pela PM em Florianópolis



A Associação dos Professores da Universidade do Estado de Santa Catarina (APRUDESC) e a Associação dos Docentes da Faculdade de Educação da UDESC divulgaram nota de repúdio à ação da Polícia Militar catarinense que invadiu as dependências da universidade no dia 31 de maio para reprimir uma manifestação de estudantes contra o aumento das tarifas de ônibus em Florianópolis. A nota das duas entidades afirma:

Na noite de 31 de maio, frente a uma manifestação de estudantes na entrada principal do campus da UDESC no Itacorubi, contrária ao aumento das tarifas de ônibus urbanos na capital, uma ação da Polícia Militar, sob o comando do tenente-coronel Newton Ramlow, resultou na agressão, no espancamento e na detenção de pessoas, com invasão do campus da UDESC.

Apesar da alegação de “garantia da ordem e do direito de ir e vir dos cidadãos”, o aparato policial, paradoxalmente, prejudicou o fluxo de veículos, confinou os estudantes dentro do campus e promoveu uma sucessão de atos de violência e brutalidade. Policiais armados de cassetetes, arma taser, gás pimenta e cães criaram um confronto desigual e inadmissível em contraste com os manifestantes, que promoviam uma passeata pacífica, fundamentada em uma postura de cidadania legítima e coerente com o que se espera de acadêmicos críticos e preocupados com os problemas da cidade em que vivem, entre eles, o estado vergonhoso do transporte coletivo de Florianópolis.

Este lamentável acontecimento foi presenciado por vários professores, que tentaram inutilmente mediar a situação, cujas conseqüências podiam ser vistas no terror dos estudantes acuados, temerosos diante da truculência dos policiais envolvidos. A ADFAED – Associação dos Docentes da FAED e a APRUDESC – Associação dos Professores da UDESC consideram que o acontecido envolveu uma dupla violência: contra os manifestantes e seus direitos de livre expressão e associação, e contra a Universidade, cujo dever é justamente o de promover o debate, a reflexão, a crítica e o respeito aos direitos civis.

Repudiamos, pois, a invasão do campus da UDESC pela PM bem como as agressões cometidas contra os estudantes, e exigimos que as autoridades competentes atentem a seus deveres constitucionais, como requer um Estado democrático e de direito.

Não tiramos os sapatos.

Do Diário Gauche:

Lula comenta a subserviência da mídia brazuca com Hillary Clinton



O título refere-se a "diplomacia do vira-latas", praticada pelo governo tucano de FHC/Serra, em evidência aqui.

terça-feira, 1 de junho de 2010

"Um fantasma ronda a Europa..."

Cidadãos Europeus, Uni-vos!

Por Boaventura de Sousa Santos, para a Agência Carta Maior.

A luta de classes está de volta à Europa e em termos tão novos que os atores sociais estão perplexos e paralisados. O relatório que o FMI acaba de divulgar sobre a economia espanhola é uma declaração de guerra. Os movimentos e as organizações de toda a Europa têm de se articular para mostrar aos governos que a estabilidade dos mercados não pode ser construída sobre as ruínas da estabilidade das vidas dos cidadãos e suas famílias. Não é o socialismo; é a demonstração de que ou a UE cria as condições para o capital produtivo se desvincular relativamente do capital ou o futuro é o fascismo. O artigo é de Boaventura de Sousa Santos

Os dados estão lançados, o jogo é claro e quanto mais tarde identificarmos as novas regras mais elevado será o custo para os cidadãos europeus. A luta de classes está de volta à Europa e em termos tão novos que os atores sociais estão perplexos e paralisados. Enquanto prática política, a luta de classes entre o trabalho e o capital nasceu na Europa e, depois de muitos anos de confrontação violenta, foi na Europa que ela foi travada com mais equilíbrio e onde deu frutos mais auspiciosos.

Os adversários verificaram que a institucionalização da luta seria mutuamente vantajosa: o capital consentiria em altos níveis de tributação e de intervenção do Estado em troca de não ver a sua prosperidade ameaçada; os trabalhadores conquistariam importantes direitos sociais em troca de desistirem de uma alternativa socialista. Assim surgiram a concertação social e seus mais invejáveis resultados: altos níveis de competitividade indexados a altos níveis de proteção social; o modelo social europeu e o Estado Providência; a possibilidade, sem precedentes na história, de os trabalhadores e suas famílias poderem fazer planos de futuro a médio prazo (educação dos filhos, compra de casa); a paz social; o continente com os mais baixos níveis de desigualdade social.

Todo este sistema está à beira do colapso e os resultados são imprevisíveis. O relatório que o FMI acaba de divulgar sobre a economia espanhola é uma declaração de guerra: o acúmulo histórico das lutas sociais, de tantas e tão laboriosas negociações e de equilíbrios tão duramente obtidos, é lançado por terra com inaudita arrogância e a Espanha é mandada recuar décadas na sua história: reduzir drasticamente os salários, destruir o sistema de pensões, eliminar direitos trabalhistas (facilitar demissões, reduzir indenizações). A mesma receita será imposta a Portugal, como já foi à Grécia, e a outros países da Europa, muito para além da Europa do Sul.

A Europa está sendo vítima de uma OPA por parte do FMI, cozinhada pelos neoliberais que dominam a União Europeia, de Merkel a Barroso, escondidos atrás do FMI para não pagarem os custos políticos da devastação social. O senso comum neoliberal diz-nos que a culpa é da crise, que vivemos acima das nossas posses e que não há dinheiro para tanto bem-estar. Mas qualquer cidadão comum entende isto: se a FAO calcula que 30 bilhões de dólares seriam suficientes para resolver o problema da fome no mundo e os governos insistem em dizer que não há dinheiro para isso, como se explica que, de repente, tenham surgido 900 bilhões para salvar o sistema financeiro europeu?

A luta de classes está voltando sob uma nova forma mas com a violência de há cem anos: desta vez, é o capital financeiro quem declara guerra ao trabalho. O que fazer? Haverá resistência mas esta, para ser eficaz, tem de ter em conta dois fatos novos. Primeiro, a fragmentação do trabalho e a sociedade de consumo ditaram a crise dos sindicatos. Nunca os que trabalham trabalharam tanto e nunca lhes foi tão difícil identificarem-se como trabalhadores. A resistência terá nos sindicatos um pilar mas ele será bem frágil se a luta não for partilhada em pé de igualdade por movimentos de mulheres, ambientalistas, de consumidores, de direitos humanos, de imigrantes, contra o racismo, a xenofobia e a homofobia. A crise atinge todos porque todos são trabalhadores.

Segundo, não há economias nacionais na Europa e, por isso, a resistência ou é europeia ou não existe. As lutas nacionais serão um alvo fácil dos que clamam pela governabilidade ao mesmo tempo que desgovernam. Os movimentos e as organizações de toda a Europa têm de se articular para mostrar aos governos que a estabilidade dos mercados não pode ser construída sobre as ruínas da estabilidade das vidas dos cidadãos e suas famílias. Não é o socialismo; é a demonstração de que ou a UE cria as condições para o capital produtivo se desvincular relativamente do capital financeiro ou o futuro é o fascismo e terá que ser combatido por todos os meios.