quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Escravos da privataria.

América Latina Logística e a empresa de engenharia Prumo mantinham 60 trabalhadores em regime de escravidão, no interior do feudo tucano de São Paulo (Embu-Guaçu).
A empresa adquiriu concessões para a exploração do transporte ferroviário da extinta RFFSA (Rede Ferroviária Federal S/A), privatizada pelo governo tucano de FHC.
Possui contratos cuja duração varia entre os anos de 2023 até 2079, em todas as regiões do país (exceto o nordeste) e em parte da Argentina, e atua, também no transporte rodoviário (reduz o fluxo de trens em circulação e passa boa parte do que antes era transportado nesses, para as rodovias, onde lucra mais).
Essa empresa, cujas ações são negociadas na Bolsa (ALLL11, ALLL3, ALLL4), mantinha esses trabalhadores, que trabalhavam na manutenção de linhas férreas, presos em contêineres, vigiados por guardas armados, amontoados em colchões distribuidos pelo chão e até mesmo sobre mesas. Trabalhavam em torno de 14 a 15 horas por  dia, deslocar-se a pé, com seus instrumentos de trabalho por trechos de 15 a 20 km, não tinham descansos semanais, não recebiam o que foi combinado, alimentavam-se mal (veja depoimento no vídeo abaixo) e alguns foram encontrados doentes, e foram tratados com urgência.
A ALL desviou-se da responsabilidade, culpando a empresa terceirizada Prumo Engenharia, de Minas Gerais, essa por sua vez não se manifestou.
Duas empresas, 60 escravos, um "gaiato" preso (o aliciador, outro empregado), nenhuma das empresas assumindo a responsabilidade, e em poucos dias, tudo esquecido.
As ações da ALL continuarão em alta (fechamento do dia), a terceirizada continuará aliciando, e apenas o "gaiato" pagará o "pato".
Ainda veremos muita propaganda sobre a responsabilidade socio-ambiental da ALL.
Eis o progresso trazido pela privataria: Empresas potencializando lucros, às custas da miséria alheia.
O vídeo abaixo foi extraído da Globo paulista, a SPTV:

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