terça-feira, 31 de março de 2009
No 1º de Abril de 64, um golpe de Estado. Hoje, um golpe na memória.
Boa parte do que ouvimos, lemos ou vemos, é fruto de uma visão específica de mundo, de uma forma de se ver, compreender, e por fim, organizar num todo compreensível, o fato, ou fatos de determinado período período. Geralmente contada, do ponto de vista dos vencedores, ou daqueles que de uma forma ou de outra, se sobressaem, se destacam no evento.
A história do golpe civil militar de 1º de Abril de 1964, normalmente narrado como ocorrido, na madrugada do dia 31 de Março (madrugada do dia 31 de março? Se já passara da meia-noite é 1º de Abril), é um conto daqueles que viram o golpe, e a ditadura que se seguiu, como algo bom, que não poderia ser relacionado com o dia mundialmente conhecido como sendo o da mentira, ada infâmia. Uma forma de iniciar a narrativa dos "Vencedores".
Muitos aspectos do deplorável regime que fora instalado no país, nos anos que se seguiram ao golpe, são narrados dessa forma. Em especial pelos veículos de comunicação, que dele participaram.
Esses grupos, que hoje carregam a bandeira da "Liberdade de Imprensa", não se importaram em ter sua liberdade cerceada por esse regime, pelo menos não enquanto seus cofres eram "recheados" por esse.
Abaixo alguns exemplos de como esses "defensores da democracia" noticiaram o golpe de 1º de abril de 1964. A visão dos "vencedores", dos que veem a História, como algo construído por seres "selecionados", sendo o restante da humanidade, "efeito colateral":
De Norte a Sul vivas à Contra-Revolução
“Desde ontem se instalou no País a verdadeira legalidade ... Legalidade que o caudilho não quis preservar, violando-a no que de mais fundamental ela tem: a disciplina e a hierarquia militares. A legalidade está conosco e não com o caudilho aliado dos comunistas”
(Editorial do Jornal do Brasil - Rio de Janeiro - 1º de Abril de 1964)
“Multidões em júbilo na Praça da Liberdade.
Ovacionados o governador do estado e chefes militares.O ponto culminante das comemorações que ontem fizeram em Belo Horizonte, pela vitória do movimento pela paz e pela democracia foi, sem dúvida, a concentração popular defronte ao Palácio da Liberdade. Toda área localizada em frente à sede do governo mineiro foi totalmente tomada por enorme multidão, que ali acorreu para festejar o êxito da campanha deflagrada em Minas (...), formando uma das maiores massas humanas já vistas na cidade”
(O Estado de Minas - Belo Horizonte - 2 de abril de 1964)
Os bravos militares
“Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares que os protegeram de seus inimigos”“Este não foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes da vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras presidenciais”
(O Globo - Rio de Janeiro - 2 de Abril de 1964)
Carnaval nas ruas
“A população de Copacabana saiu às ruas, em verdadeiro carnaval, saudando as tropas do Exército. Chuvas de papéis picados caíam das janelas dos edifícios enquanto o povo dava vazão, nas ruas, ao seu contentamento”
(O Dia - Rio de Janeiro - 2 de Abril de 1964)
Escorraçado
“Escorraçado, amordaçado e acovardado, deixou o poder como imperativo de legítima vontade popular o Sr João Belchior Marques Goulart, infame líder dos comuno-carreiristas-negocistas-sindicalistas.Um dos maiores gatunos que a história brasileira já registrou., o Sr João Goulart passa outra vez à história, agora também como um dos grandes covardes que ela já conheceu”
(Tribuna da Imprensa - Rio de Janeiro - 2 de Abril de 1964)
“A paz alcançada
A vitória da causa democrática abre o País a perspectiva de trabalhar em paz e de vencer as graves dificuldades atuais. Não se pode, evidentemente, aceitar que essa perspectiva seja toldada, que os ânimos sejam postos a fogo. Assim o querem as Forças Armadas, assim o quer o povo brasileiro e assim deverá ser, pelo bem do Brasil”
(Editorial de O Povo - Fortaleza - 3 de Abril de 1964)
“Ressurge a Democracia !
Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente das vinculações políticas simpáticas ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é de essencial: a democracia, a lei e a ordem.Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas que, obedientes a seus chefes, demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições”“Como dizíamos, no editorial de anteontem, a legalidade não poderia ter a garantia da subversão, a ancora dos agitadores, o anteparo da desordem. Em nome da legalidade não seria legítimo admitir o assassínio das instituições, como se vinha fazendo, diante da Nação horrorizada ...”
(O Globo - Rio de Janeiro - 4 de Abril de 1964)
“Milhares de pessoas compareceram, ontem, às solenidades que marcaram a posse do marechal Humberto Castelo Branco na Presidência da República ...O ato de posse do presidente Castelo Branco revestiu-se do mais alto sentido democrático, tal o apoio que obteve”
(Correio Braziliense - Brasília - 16 de Abril de 1964)
Vibrante manifestação sem precedentes na história de Santa Maria para homenagear as Forças Armadas”“Cinquenta mil pessoas na Marcha Cívica do Agradecimento”
(A Razão - Santa Maria - RS - 17 de Abril de 1964)
“Vive o País, há nove anos, um desses períodos férteis em programas e inspirações, graças à transposição do desejo para a vontade de crescer e afirmar-se.Negue-se tudo a essa revolução brasileira, menos que ela não moveu o País, com o apoio de todas as classes representativas, numa direção que já a destaca entre as nações com parcela maior de responsabilidades”.
(Editorial do Jornal do Brasil - Rio de Janeiro - 31 de Março de 1973)
“Sabíamos, todos que estávamos na lista negra dos apátridas - que se eles consumassem os seus planos, seríamos mortos. Sobre os democratas brasileiros não pairava a mais leve esperança, se vencidos. Uma razzia de sangue vermelha como eles, atravessaria o Brasil de ponta a ponta, liquidando os últimos soldados da democracia, os últimos paisanos da liberdade”
(O Cruzeiro Extra - 10 de Abril de 1964 - Edição Histórica da Revolução - “Saber ganhar” - David Nasser)
“Golpe? É crime só punível pela deposição pura e simples do Presidente. Atentar contra a Federação é crime de lesa-pátria. Aqui acusamos o Sr. João Goulart de crime de lesa-pátria. Jogou-nos na luta fratricida, desordem social e corrupção generalizada”.
(Jornal do Brasil, edição de 01 de abril de 1964.)
"Participamos da Revolução de 1964 identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada". Editorial do jornalista Roberto Marinho, publicado no jornal "
(O Globo", edição de 07 de outubro de 1984, sob o título: "Julgamento da Revolução". )
*Fotos extraídas do blog RS URGENTE. Editoriais e reportagens pró-ditadura, extraídos do excelente blog da BRHISTÓRIA.
** Homenagem àqueles que foram relegados por essa imprensa servil, que tenta reescrever nossa História, deixando para os que resistiram, apenas a posição de "efeito colateral". Aos arbitrariamente presos, expulsos, torturados e mortos pelo regime nascido do 1º de abril de 1964.
segunda-feira, 30 de março de 2009
Povo nas ruas pede a saída da Governadora
Do blog, Tomando na Cuia:
Com palavras de ordem contra o desemprego e com gritos de "Fora Yeda !", mais de cinco mil pessoas se reuniram em frente à sede do grupo Gerdau e fizeram um protesto no incío da manhã de hoje (29). Após o ato inicial, estudantes, centrais sindicais, e servidores públicos seguiram em Marcha até o Palácio Piratini. No protesto foi denunciado a falta de investimentos públicos do governo Yeda assegurados pela Constituição e as demissões dos trabalhadores. Os movimentos sociais também trouxeram uma sala de aula-contêiner que estava sobre sobre um caminhão, o que gerou revolta em quem estava na praça. Segundo o CPERS a sala-contêiner mostra o descaso do governo Yeda com a educação e com o povo gaúcho.
Nota do blogueiro: Emblemática a foto abaixo, na qual os manifestantes exibiram um contêiner que está sendo utilizado como sala de aula, no Estado que se orgulha de ter "a melhor inducassão do País".
Após ação ideológica contra as Escolas itinerantes do MST, fechadas porque "não apresentavam condições", e porque serviriam, de acordo com alguns dementes ligados ao Ministério Público Estadual, como instrumento de disseminação ideológica marxista, surge essa terrível denúncia, de que alunos da rede pública estadual, estudam em contêineres metálicos, que pelo visto apresentam "todas as condições possíveis para o desenvolvimento da atividade escolar".
É claro que no Diário-Quase-Oficial- do-Tucanato-Guasca, o jornal Zero Hora, amanhã constará a notícia de que uma manifestação atrapalhou o trânsito no centro de Porto Alegre, que apenas uns vinte petistas participaram e, mais pro meio da semana, Paulo Santana ou algum outro assecla, publica outra cartinha "particular" lamuriosa da governadora, falando em golpes, cenários dantescos e outras bobagens do gênero, pra fazer os "gaudérios irem aos prantos", comentando a absurda perseguição que sofre essa "justa".
Somente a "mídia amiga" ainda sustenta esse governo.
Vídeo e fotos por Kiko Machado.
sexta-feira, 27 de março de 2009
Dantas, Eliana, Mendes, Camargos e Correas, Demos, Tucanos, Direitosos, Jornalões: Não é nada pessoal, mas fede mesmo.
A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia
A burguesia não tem charme nem é discreta
Com suas perucas de cabelos de boneca
A burguesia quer ser sócia do Country
A burguesia quer ir a New York fazer compras
Pobre de mim que vim do seio da burguesia
Sou rico mas não sou mesquinho
Eu também cheiro mal
Eu também cheiro mal
A burguesia tá acabando com a Barra
Afunda barcos cheios de crianças
E dormem tranqüilos
E dormem tranqüilos
Os guardanapos estão sempre limpos
As empregadas, uniformizadas
São caboclos querendo ser ingleses
São caboclos querendo ser ingleses
A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia
A burguesia não repara na dor
Da vendedora de chicletes
A burguesia só olha pra si
A burguesia só olha pra si
A burguesia é a direita, é a guerra
A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia
As pessoas vão ver que estão sendo roubadas
Vai haver uma revolução
Ao contrário da de 64
O Brasil é medroso
Vamos pegar o dinheiro roubado da burguesia
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Pra rua, pra rua
Vamos acabar com a burguesia
Vamos dinamitar a burguesia
Vamos pôr a burguesia na cadeia
Numa fazenda de trabalhos forçados
Eu sou burguês, mas eu sou artista
Estou do lado do povo, do povo
A burguesia fede - fede, fede, fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia
Porcos num chiqueiro
São mais dignos que um burguês
Mas também existe o bom burguês
Que vive do seu trabalho honestamente
Mas este quer construir um país
E não abandoná-lo com uma pasta de dólares
O bom burguês é como o operário
É o médico que cobra menos pra quem não tem
E se interessa por seu povo
Em seres humanos vivendo como bichos
Tentando te enforcar na janela do carro
No sinal, no sinal
No sinal, no sinal
A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia
Cazuza, A Burguesia.
Contratos do "Zé Pedágio" com a editora Abril, são questionados pelo PSOL.
Abaixo texto extraído do blog Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, dando mais força à suspeita:
Deputados do PSOL questionam no Ministério Público compra de assinaturas da revista “Nova Escola” pelo governo do Estado de SP
O deputado federal Ivan Valente, Líder da Bancada do PSOL na Câmara dos Deputados e os deputados estaduais do Carlos Giannazi e Raul Marcelo protocolaram no dia de hoje, uma Representação junto ao Ministério Público Estadual questionando o contrato firmado entre a Secretaria Estadual de Educação (SEE) e a Fundação Victor Civita – do Grupo Abril – para a distribuição da Revista Nova Escola aos professores da rede.
A Secretaria de Educação comprou 220 mil assinaturas anuais da publicação, sem nenhuma consulta aos professores. Também não realizou licitação, pois considera que esta revista é a única na área da educação, desconsiderando a existência de outras do mesmo gênero que atuam no mercado, demonstrando preferência deliberada pela editora contratada.
Não bastasse essa ação arbitrária, a Secretaria de Educação passou para esta Fundação privada os endereços pessoais dos professores, sem qualquer comunicado ou pedido de autorização dos mesmos, infringindo a lei e permitindo, inclusive, outras destinações comerciais aos dados particulares dos professores.
Ao fazer esta denúncia ao MP os deputados do PSOL expõem as relações entre o Governo Serra e a Editora Abril.
Só este contrato representa quase 25% da tiragem total da revista e garante fartos recursos para o caixa da Fundação Civita, R$ 3,7 milhões. Mas este não é o único compromisso comercial existente entre a Secretaria de Educação e o Grupo Abril, que cada vez mais ocupa espaço nas escolas tendo até mesmo publicações adotadas como material didático, totalizando quase R$ 10 milhões de recursos públicos destinados a esta instituição privada só no segundo semestre de 2008.
Outro absurdo, que merece uma ação urgente, é a “proposta” curricular que reduz o número de aulas de história, geografia e artes do Ensino Médio e obriga a inclusão de aulas baseadas em edições encalhadas do Guia do Estudante, também da Abril, que mais uma vez se favorece os negócios editoriais deste grupo.
As publicações do Grupo Abril não são as únicas existentes, mas, as que têm a preferência do governo, uma preferência que não se explica ao não ser pela prática recorrente de favorecimento. É isto que os deputados do PSOL querem investigar.
"Mas bah, me caíram os butiás do bolso".
Esse pessoal já não sabe mais o que fazer para salvar a reputação da governadora Yeda.
Kiko Machado faz excelente comparação.
quinta-feira, 26 de março de 2009
Se ainda há dúvidas sobre o caráter do Governo Yeda...
Do RS URGENTE:
“Vou ser muito claro: confio 100% na honestidade da governadora Yeda. Eu também fui governador e sei que quem chega a ser governador ou presidente está escrevendo a sua biografia. Ninguém chega num cargo desses pretendendo fazer irregularidades. Se as pessoas não têm defeito quando chegam num cargo público, a oposição inventa. Eu acredito na honestidade da governadora, foi uma boa ministra do Planejamento no governo do Itamar, e tenho certeza de que ela tem uma história de luta. A mulher gaúcha é muito valorosa, e acho que ela vai vencer com uma administração correta, competente como está fazendo, sem as acusações mentirosas que a oposição faz a ela”.Com um defensor como esse, quem precisa de oposição?
quarta-feira, 25 de março de 2009
Estudantes nas ruas pedem a saída da Governadora do Rio Grande do Sul.
Cerca de 150 pessoas, em sua maioria estudantes e professores, participaram do ato de lançamento do Fórum Popular da Educação Pública Gaúcha, na praça Saldanha Marinho, centro de Santa Maria, no final da tarde desta quarta, 25. A atividade acabou se tornando um protesto contra o governo estadual. Dezenas de faixas e cartazes registraram em letras grandes o “Fora Yeda”. Pelo menos 15 entidades estavam representadas no protesto, conforme os organizadores. Entre essas, o 2º Núcleo do Centro dos Professores (CPERS), o DCE, a CUT, a Conlutas, o Movimento Nacional de Luta Pela Moradia e partidos de esquerda. Até os estudantes “cara-pintadas” reapareceram durante a manifestação no centro da cidade.
terça-feira, 24 de março de 2009
"Mas em que mundo vivemos! Qualquer um pode denunciar uma autoridade"
“Determinei a abertura de uma sindicância. É surreal, a gente ter de explicar uma fita conseguida de forma ilegal". Obviamente não é surreal, seus "homens de confiança", sendo os autore dessas gravações ilegais, nem seus atos documentados (tráfico de influência, uso da estrutura do Estado em benefício próprio, chantagens, "Detrans", "solidários", mansões...).
Surreal é esse governo, surreal é essa mandatária. Surreal é essa "otoridade".
segunda-feira, 23 de março de 2009
Governo Yeda afunda na própria sujeira
sábado, 21 de março de 2009
Crime de guerra da maior magnitude
sexta-feira, 20 de março de 2009
Censurado por Gilmar Mendes
No dia 11 de março de 2009, fui convidado pelo jornalista Paulo José Cunha, da TV Câmara, para participar do programa intitulado “Comitê de Imprensa”, um espaço reconhecidamente plural de discussão da imprensa dentro do Congresso Nacional. A meu lado estava, também convidado, o jornalista Jailton de Carvalho, da sucursal de Brasília de O Globo. O tema do programa, naquele dia, era a reportagem da revista Veja, do fim de semana anterior, com as supostas e “aterradoras” revelações contidas no notebook apreendido pela Polícia Federal na casa do delegado Protógenes Queiroz, referentes à Operação Satiagraha. Eu, assim como Jailton, já havia participado outras vezes do “Comitê de Imprensa”, sempre a convite, para tratar de assuntos os mais diversos relativos ao comportamento e à rotina da imprensa em Brasília. Vale dizer que Jailton e eu somos repórteres veteranos na cobertura de assuntos de Polícia Federal, em todo o país. Razão pela qual, inclusive, o jornalista Paulo José Cunha nos convidou a participar do programa
Nesta carta, contudo, falo somente por mim.
Durante a gravação, aliás, em ambiente muito bem humorado e de absoluta liberdade de expressão, como cabe a um encontro entre velhos amigos jornalista, discutimos abertamente questões relativas à Operação Satiagraha, à CPI das Escutas Telefônicas Ilegais, às ações contra Protógenes Queiroz e, é claro, ao grampo telefônico – de áudio nunca revelado – envolvendo o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás. Em particular, discordei da tese de contaminação da Satiagraha por conta da participação de agentes da Abin e citei o fato de estar sendo processado por Gilmar Mendes por ter denunciado, nas páginas da revista CartaCapital, os muitos negócios nebulosos que envolvem o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), de propriedade do ministro, farto de contratos sem licitação firmados com órgãos públicos e construído com recursos do Banco do Brasil sobre um terreno comprado ao governo do Distrito Federal, à época do governador Joaquim Roriz, com 80% de desconto.
Terminada a gravação, o programa foi colocado no ar, dentro de uma grade de programação pré-agendada, ao mesmo tempo em que foi disponibilizado na internet, na página eletrônica da TV Câmara. Lá, qualquer cidadão pode acessar e ver os debates, como cabe a um serviço público e democrático ligado ao Parlamento brasileiro. O debate daquele dia, realmente, rendeu audiência, tanto que acabou sendo reproduzido em muitos sites da blogosfera.
Qual foi minha surpresa ao ser informado por alguns colegas, na quarta-feira passada, dia 18 de março, exatamente quando completei 43 anos (23 dos quais dedicados ao jornalismo), que o link para o programa havia sido retirado da internet, sem que me fosse dada nenhuma explicação. Aliás, nem a mim, nem aos contribuintes e cidadãos brasileiros. Apurar o evento, contudo, não foi muito difícil: irritado com o teor do programa, o ministro Gilmar Mendes telefonou ao presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, do PMDB de São Paulo, e pediu a retirada do conteúdo da página da internet e a suspensão da veiculação na grade da TV Câmara. O pedido de Mendes foi prontamente atendido.
Sem levar em conta o ridículo da situação (o programa já havia sido veiculado seis vezes pela TV Câmara, além de visto e baixado por milhares de internautas), esse episódio revela um estado de coisas que transcende, a meu ver, a discussão pura e simples dos limites de atuação do ministro Gilmar Mendes. Diante desta submissão inexplicável do presidente da Câmara dos Deputados e, por extensão, do Poder Legislativo, às vontades do presidente do STF, cabe a todos nós, jornalistas, refletir sobre os nossos próprios limites. Na semana passada, diante de um questionamento feito por um jornalista do Acre sobre a posição contrária do ministro em relação ao MST, Mendes voltou-se furioso para o repórter e disparou: “Tome cuidado ao fazer esse tipo de pergunta”. Como assim? Que perguntas podem ser feitas ao ministro Gilmar Mendes? Até onde, nós, jornalistas, vamos deixar essa situação chegar sem nos pronunciarmos, em termos coletivos, sobre esse crescente cerco às liberdades individuais e de imprensa patrocinados pelo chefe do Poder Judiciário? Onde estão a Fenaj, e ABI e os sindicatos?
Apelo, portanto, que as entidades de classe dos jornalistas, em todo o país, tomem uma posição clara sobre essa situação e, como primeiro movimento, cobrem da Câmara dos Deputados e da TV Câmara uma satisfação sobre esse inusitado ato de censura que fere os direitos de expressão de jornalistas e, tão grave quanto, de acesso a informação pública, por parte dos cidadãos. As eventuais disputas editoriais, acirradas aqui e ali, entre os veículos de comunicação brasileiros não pode servir de obstáculo para a exposição pública de nossa indignação conjunta contra essa atitude execrável levada a cabo dentro do Congresso Nacional, com a aquiescência do presidente da Câmara dos Deputados e da diretoria da TV Câmara que, acredito, seja formada por jornalistas.
Sem mais, faço valer aqui minha posição de total defesa do direito de informar e ser informado sem a ingerência de forças do obscurantismo político brasileiro, apoiadas por quem deveria, por dever de ofício, nos defender.
Leandro Fortes
Jornalista
Nota do blogueiro; Seguem abaixo, os links para o programa, que foi democraticamente cesurado por Gilmar Mendes:
Parte 1
http://www.youtube.com/watch?v=TCFP6qnjl94
Parte 2
http://www.youtube.com/watch?v=DeqYLvIMMd0&feature=related
Parte 3
http://www.youtube.com/watch?v=TCFP6qnjl94&feature=related
Stédile "Gilmar Mendes não explica porque sua ONG recebe dinheiro público".
quinta-feira, 19 de março de 2009
Derrota histórica do latifúndio: Reserva indígena Raposa Serra do Sol, será contínua
A maioria dos ministros acompanhou o voto do ministro Carlos Alberto Menezes Direito, que apresentou 18 ressalvas para manter a demarcação contínua da reserva. No final do julgamento de hoje, foi incluída a condição de que os entes federativos (União, Estado e municípios) devem participar do processo demarcatório.
O Plenário também acatou a proposta do presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, para que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) coordene o processo de retirada dos produtores de arroz e agricultores brancos da terra indígena. O presidente do TRF-1 deverá se reportar ao relator do caso no Supremo, ministro Carlos Ayres Britto. O relator deverá definir o prazo para iniciar o processo de desintrusão.
"O Supremo decidiu que a execução de seu julgado seria imediata. Nós cassamos a liminar que impedia a retirada dos não-índios (da reserva). Essa decisão não precisa de publicação do acórdão. Mas, essa imediatidade vai passar por uma operacionalização, o que demanda um contato meu com o presidente do TRF e com o ministro (da Justiça), Tarso Genro", afirmou Britto após o julgamento. O relator afirmou que deve definir amanhã um prazo para a retirada de todos os não-índios das terras.
Crime hediondo
Saiu na Zero Hora.Com: Um homem de 20 anos foi preso ontem por furtar carne, sal e farofa no supermercado Carrefour da avenida Plínio Brasil Milano, em Porto Alegre. Ele pretendia fazer um churrasco, mas foi flagrado por um segurança do Carrefour que acionou a Brigada Militar. Resultado: o homem foi preso em flagrante, levado para a 3ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento e de lá para o Presídio Central. Um quilo de sal grosso, um pacote de farofa, três bandejas de picanha, um pacote de lombo de porco e dois pacotes de lingüiça: esse foi o objeto do furto que levou o homem para o presídio.
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Nota do blogueiro: Marco Aurélio Weissheimer, o autor do texto acima, esqueceu, ou não tomou conhecimento do restante da história, que vou contar aqui, em primeira mão:
O cidadão não pode "cutir" muito da sua estadia no presídio central, após ser preso por tão abominável crime. O Supremo Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Gilmar Dantas Mendes, entrou com um pedido de Hábeas-Corpus, baseado na superexposição pública do preso e nos métodos abusivos empregados pela polícia em sua prisão.
A ação de Mendes foi rápida, e em poucas horas, esse nefasto criminoso estava nas ruas novamente, mesmo após a divulgação de um vídeo, que mostrava o flagrante de uma tentativa de suborno à um policial (ele ofereceu um pedaço de linguiça e a farofa pela sua libertação).
Em seguida, um Juíz ordena que o "meliante", seja preso mais uma vez, mas o Supremo Presidente, consegue libertá-lo com mais um Hábeas Corpus.
Desculpem-me, me enganei. Acho que misturei as histórias, se não me engano não foi um pequeno salteador que foi libertado pelo Supremo Presidente, mas sim alguém que roubou algo, um pouquinho mais relevante, do que alguns itens para um churrasco de fim de semana.
Mas é só uma questão de tempo, até que o terrível bandido do Carrefour, contrate uma boa equipe de advogados, que vão "levando a coisa", até ela chegar ao Supremo, onde ele sabe que "terá facilidades".
Pelo que me disseram, é assim que funciona: igualdade de direitos, todos somos iguais perante a lei. Mendes vai fazer algo, tenho certeza disso.
quarta-feira, 18 de março de 2009
Para que servem mesmo as agências classificadoras de risco?
A companhia de seguros AIG recebeu a nota “AA” e o banco Lehman Brothers recebeu “A” (notas que apontam baixíssimo risco e alto grau de confiabilidade para investimentos), um mês antes de seu colapso. A partir deste exemplo, articulistas do The New York Times recomendam que investidores rompam com a dependência aos conselhos dessas agências na hora de definir investimentos. "Em vez de dependerem de letras arbitrárias, os investidores deveriam considerar toda a informação disponível sobre um investimento, incluindo aí os preços do mercado".
Em um artigo publicado dia 17 de março no The New York Times, articulistas do jornal questionam se os investidores e reguladores do mercado devem seguir ouvindo os conselhos das agências classificadoras de risco ou “provedoras de informação financeira”. O texto intitulado “Com um F de Fracasso”, assinado por Jerome S. Fons e Frank Partnoy, analisa o desempenho de empresas como Standard & Poor’s e Moody’s durante a crise econômica.
Os autores – que já fizeram parte das equipes técnicas dessas agências – perguntam por que, depois de mais de um ano de crise e diante da ausência de qualquer alarme sobre sua eclosão, os reguladores e investidores continuam dependendo das “provedoras de informação financeira”. Uma “classificadora de risco” é uma empresa que avaliar o quão seguro é investir dinheiro em um país ou em alguma corporação.
Os articulistas citam o exemplo da empresa de seguros AIG que recebeu a nota “AA” e do banco Lehman Brothers que recebeu “A” (notas que apontam baixíssimo risco e alto grau de confiabilidade para investimentos), um mês antes de seu colapso. E atribuem esse erro a problemas decorrentes de “má regulação”.
“Muitas regulações financeiras e empréstimos a empresas e economias nacionais dependem dessas qualificações, de onde uma nota A pode destravar um mercado e um C torná-lo um deserto sem créditos”, escreveram. Fons e Partnoy acrescentaram: “A maior parte do pânico na AIG surgiu de qualificações automáticas nas operações de troca de dívida por ações, nas quais pagamentos de bilhões de dólares estadunidenses dependiam de como Moody’s e Standard & Poor’s classificavam o risco de crédito da AIG”.
Eles explicaram que “neste contexto, reduzir uma categoria da AIG teria significado um aumento de US$ 8 bilhões em seu passivo. E se as agências Standard & Poor’s e Moody’s vivem dos milhões que cobram de empresas como AIG para avaliar suas ações, poderiam agir para quebrá-las economicamente?”, perguntaram.
A partir dessa conclusão, os articulistas recomendaram terminar com a dependência gerada pelas agências classificadoras, tanto para as regulações sobre crédito quanto para os investimentos privados. “Os mercados financeiros podem funcionar sem estas agências”, defenderam. Em vez de dependerem de letras arbitrárias, acrescentaram, os investidores deveriam considerar toda a informação disponível sobre um investimento, incluindo aí os preços do mercado. Por fim, recomendaram aos investidores o uso de uma ferramenta esquecida, mas de nenhum modo obsoleta”: “Essa ferramenta se chama juízo”, concluíram.
Tradução: Katarina Peixoto
terça-feira, 17 de março de 2009
Lula e Obama
Oferece-se esta foto à pobre direita brasileira, que tanto falou acerca da política externa “anti-americana” de Lula, Celso Amorim e barbudos do Itamaraty:
Nesse intercâmbio de olhares e sorrisos entre um Obama que não fala português e um Lula que não fala inglês, comunicam-se muito mais Brasil e EUA, trocam muito mais profundamente esses dois países tão comparáveis e tão diferentes do que jamais foi capaz FHC e seu inglês de Yázige, seja com Clinton, seja, pior ainda, com Bush.
Foi sobretudo colonizada a política externa que impuseram FHC, Lafer e cia durante o tucanato. Se não chegou aos excessos das “relações carnais” de Menem, ela sem dúvida colocava o Brasil como um CSA, no máximo um Vitória-BA ou Goiás, quando nós sabemos que o Brasil é um Grêmio ou Corinthians. Satélite dos EUA, sem tomar iniciativas Sul-Sul, o Brasil do tucanato ainda nos brindava aquele patético espetáculo: nosso presidente falando, com muitas limitações, a língua forânea de um chefe de estado estrangeiro em território nacional, sempre que o visitante era anglo-, franco- ou hispanofalante. Eu morria de vergonha daquilo triplamente: como cidadão brasileiro, como sujeito político e como professor de línguas.
A limitação colonizada da nossa direita falou em “problemas” para a política externa brasileira por Lula não saber idiomas. Como se o papel de um presidente fosse ser poliglota, e não ser presidente e representar a experiência de um povo. Como se o Brasil não tivesse uma das Chancelarias mais equipadas linguisticamente do planeta. Como se um chefe de estado russo, chinês ou sul-africano aceitasse falar outra língua que não a sua para conduzir negócio de estado.
E eis que um milênio que começou com o diálogo impossível – FHC que desprezava Bush e este que desprezava FHC – reserva, oito anos depois, para o chefe de estado brasileiro, o maior líder operário de sua história, a condição de primeiro líder de país emergente recebido na Casa Branca do primeiro presidente americano negro; na verdade, o primeiro líder a ser recebido mesmo, com visível empatia. Até mesmo segundo blogs conservadores, Lula deu o tom.
A direita brasileira tem todos os motivos para estar morta de raiva: depois de torcer contra Lula, depois de torcer contra Obama, depois de seis anos e meio de uma política externa brasileira independente, acusada por ela de ser “anti-americana”, esse encontro epocal se produz. Depois de tentar associar Lula ao chavismo (ou, mais delirante ainda, sugerir que ele é "manipulado" pelo caudilho venezuelano), ela vê os Estados Unidos da América e a República Bolivariana da Venezuela autorizarem-no a mediar possíveis gestos de reaproximação.
Como sempre, os portais da grande imprensa brasileira preferiram destacar o que o “não se conseguiu” na conversa, como se uma primeira visita fosse para “conseguir” algo. Rodada de Doha, redução das tarifas ao biocombustível brasileiro, tudo isso avançará ou não conforme a lógica que tiverem as negociações. Mas o encontro entre Lula e Obama é prova de que o Fórum Social Mundial tem razão: outro mundo é possível.
segunda-feira, 16 de março de 2009
A zona ainda corre solta no meio financeiro. Recursos públicos viram bônus aos "quebradores" de seguradora estadunidense.
Diário Gauche: A má-fé de um jornal que advoga a causa de um bandido.
sábado, 14 de março de 2009
Justiça decide: xixi só quando o patrão deixar.
Por Leonardo Sakamoto.
Um rapaz que trabalhava em uma empresa de call center em Goiânia pediu danos morais na Justiça do Trabalho por ter que solicitar autorização para o chefe toda vez que queria ir ao banheiro. Segundo ele, quando havia uma demanda grande de ligações, os trabalhadores eram impedidos de ir ao toalete sem uma justificativa.
O caso chegou até o Tribunal Superior do Trabalho (TST). A 7a turma da corte decidiu esta semana que – no caso das operadoras de telemarketing - um chefe que limita a ida de um empregado ao banheiro solicitando explicações não comete dano moral contra a imagem ou intimidade da pessoa.
Ou seja, alguém ter que se sujeitar a dizer “Chefe, vou ter que ir ao banheiro para fazer cocô por conta de uma feijuca que comi ontem e não me caiu bem. E olha… talvez não será a única vez” está dentro dos padrões de normalidade.
Ao avaliarem que não era caso para dano moral, os ministros confirmaram a decisão de instâncias anteriores. O ministro Guilherme Caputo Bastos ressaltou a necessidade do controle do uso do toalete. Segundo ele, do contrário, haveria desorganização no local de trabalho. Ah, sim! Afinal de contas, todos sabemos que o banheiro é o point social das empresas.
Qual dos operadores apertados atende melhor: o que está prestar a fazer um “número 1” ou o que está no limite de um “numero 2”? É claro que há situações em que ocorrem abusos por parte de empregados que querem simplesmente trabalhar menos que o combinado em contrato. Mas me pergunto se não existem outras formas de coibir isso do que coagir alguém a ter que dar a razão por estar indo ao banheiro.
A cereja do bolo foi a declaração do ministro Ives Gandra Martins Filho, relator do caso: “Pelo tipo de trabalho há uma necessidade de rapidez no atendimento, hoje há uma multa para a empresa que demora mais de 30 segundos para atender, então é necessário que haja um controle”.
Ou seja, como a empresa é pressionada por lei a atender o público com um mínimo de qualidade, o trabalhador deve arregaçar a camisa (e manter a calça ou saia no lugar) para tornar isso possível. Contratar mais gente, nem pensar.
Nota do blogueiro:
Ponham um "urinol", "penico", ou "comadre" como se diz no pampa, ao lado do local de trabalho de cada empregado. Na hora que a coisa apertar, ele "arria" por ali mesmo. Claro, um empregado terá de ficar o dia todo recolhendo a merda dos demais, mas o motivo é nobre, seu patrão ficará ainda mais rico.
Antes que eu esqueça, a idéia não é original, foi copiada de uma empresa de comunicação dos Estados Unidos, chamada Qwest que obrigou seus trabalhadores a utilizar sacos de urina enquanto estivessem trabalhando. A idéia veio mais para o sul e na Colômbia, empresas que beneficiam flores, puseram saquinhos, pendurados nas máquinas, onde os funcionarios podem se "aliviar" sem deixar o posto de trabalho. Tomara que, ao reproduzir a idéia estadunidense eu não tenha de pagar pelos direitos autorais.
Não é uma prática nova. Muitas fábricas, especialmente no interior, onde os "poderes" são mais omissos, os sindicatos (pelêgos) amaciados pelo poder local, e a fiscalização leva anos para descobrir que a cidade existe.
E assim nossas elites continuam recebendo subsídios governamentais para não fechar as portas, demitem boa parte dos seus quadros, e os demais, são submetidos a todo o tipo de privação, até mesmo a esses absurdos, para manter a produção, e é claro, os lucros. E todo o sistema corrobora com essas sacanagens.Rio Grande do Sul:Sucessão de escândalos no governo do Estado.
sexta-feira, 13 de março de 2009
Do blog do Kayser
Kayser
quinta-feira, 12 de março de 2009
The Economist reconhece que as privatizações da era FHC foram um equívoco.
Sul.
10/03/09 - 15:26
Matéria da revista inglesa The Economist publicada na semana passada reconhece o equívoco de um dos principais pilares do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB): a venda indiscriminada de empresas e bancos estatais. No texto, a publicação afirma que até há pouco tempo no Brasil, acreditava-se que um fatores prejudiciais à economia brasileira seria a influência estatal no setor financeiro. Segundo a revista, entretanto, esse controle estatal é o que dá hoje ao País uma situação favorável perante os demais países e, diante da crise mundial, confere uma “situação favorável incomum ao Brasil".
A matéria se refere à manutenção da gestão estatal, por parte do governo Luiz Inácio Lula da Silva, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), instituições financeiras líderes de empréstimos para empresas e que FHC tentou, sem sucesso, privatizar.
"Outros países estão tentando descobrir como alavancar bancos e direcionar o crédito para as necessidades identificadas. Isso é algo que o Brasil faz, inclusive quando não era 'moda'. Nos bancos privados, as exigências de depósitos e garantias para financiamentos os impediram de correr os riscos financeiros que acabaram por derrubar bancos na Europa e nos Estados Unidos. Até agora, o crédito do Brasil foi 'mordiscado', mas não 'triturado', destacou o texto.
A matéria também sustenta que, na comparação com seu passado recente e na comparação com outros países, a economia do Brasil está em boa forma. "O FMI prevê que somente os países em desenvolvimento na Ásia, África e Oriente Médio terão melhores resultados em 2009. Em comparação com o contexto anterior, no qual o Brasil sofria uma parada cardíaca a cada estresse de outras economias, isso é impressionante", diz o texto.
O texto aponta ainda que as razões para a melhoria do crescimento do País estão fortemente atreladas à melhoria do nível da dívida do setor público, que foi um ponto fraco e agora se mantém abaixo dos 40% do PIB, e a outros fatores. "Os empréstimos em moeda estrangeira foram trocados principalmente por títulos em reais. Além disso, o País acumulou US$ 200 milhões em reservas internacionais para defender o real; seu déficit em conta corrente é pequeno e, o mais importante, a crise não está aumentando a inflação. Isso permite que o Banco Central reduza a taxa básica de juros da economia, permitindo um custo mais barato para a dívida pública. É a primeira vez que o Brasil adota uma política monetária anticíclica", afirma o texto.
Nota do blogueiro: Os privatecas do governo anterior só não venderam a mãe, porque não era patrimônio público. O objetivo era "exugar a máquina pública, acabar com a capacidade de investimento do Estado, deixando toda a iniciativa, o controle do sistema produtivo, nas mãos dos mesmos que quebraram a economia mundial, e que, agora, pedem "arrego" para o mesmo Estado que sonhavam destruir.
"Çabios çeres pençantes."
quarta-feira, 11 de março de 2009
Gilmar Mendes quer controlar a Polícia Federal
Movimento estudantil gaúcho cria blog.
segunda-feira, 9 de março de 2009
Enquanto a zona corre solta em pindorama
O panfleto envolve vários nomes do cenário político nacional em seu discurso travestido de reportagem. Perdi as contas de quantas vezes o termo "estado policialesco" foi utilizado. É estranho, mas esse termo só é utilizado pela mídia corporativa, quando o atacado faz parte de seus quadros sociais ou é parte de seu sustentáculo financeiro. Quando são movimentos sociais, pessoas protestando contra um governo corrupto, que reage soltando seus "cães", esses veículos de comunicação falam em manutenção da ordem.
Dois pesos e umas trinta medidas diferentes, para qualificar e desqualificar, taxar, rotular e jogar por terra esforços de homens que ousam enfrentar a orgia-público-privado que essa "imprensa" ajuda a sustentar:
Abaixo a resposta da vítima da semana, do panfleto político travestido de revista, chamado Veja:
Veja a mentira
O blog do Protógenes Queiroz
Ao povo brasileiro e aos internautas a revista Veja, edição 2103, ano 42, nº 10, datada de 11 de março de 2009, anuncia em sua capa com título ” Exclusivo - A tenebrosa máquina de Espionagem do Dr. Protógenes; Veja teve acesso ao conteúdo do computador apreendido pela Polícia Federal na casa do Delegado do famoso caso Satiagraha; Protógenes bisbilhotou clandestinamente Senadores, José Dirceu, Mangabeira Unger, FHC, José Serra, o Presidente do Supremo-até a vida amorosa da Ministra Dilma Rousseff. “ No seu conteúdo as fls. 84/91 as informações mentirosas produzidas e assinadas pelos jornalistas Expedito Filho, Alexandre Oltramari e Diego Escosteguy, que quanto ao papel da liberdade de imprensa geral e irrestrita sou plenamente favorável, desde que se apure os excessos que por ventura venham atingir a honra das pessoas e fatos ali não verdadeiramente relacionados, sobretudo quando fabricam escândalos envolvendo altas autoridades e instituições ou Poderes da República.
Não é a primeira vez que estamos diante de fatos semelhantes publicados de forma bandida e irresponsável envolvendo situação anterior que provocou o desmantelamento do Sistema Brasileiro de Inteligência - SISBIN ( Gabinete de Segurança Institucional, Agência Brasileira de Inteligência; Inteligência das três forças militares - Marinha-Exército-Aeronáutica; Inteligência da Polícia Federal, e outros ). E aqui fica uma pergunta: A quem interessou tal fato ? Hoje vivemos num clima mercantilista corrupto em que a credibiliade de um órgão de imprensa que no passado teve sua importãncia histórica, hoje lamentávelmente constitui parte dessa engenharia política e comercial sórdida disponíveis a serviço de um poder até então não identificado, mas que possivelmente ultrapassam as nossas fronteiras.
Outro fato importante e criminoso é a divulgação ( fls. 85 da revista Veja, edição 2103, ano 42, nº 10, datada de 11 de março de 2009 ) de documento sigiloso de uma investigação presidida pelo Delegado de Polícia Federal Amaro Vieira Ferreira IPL 2-4447/2008 - DELEFAZ/SR/DPF/SP, além de levar ao conhecimento público do documento, revela a identidade nominal de dois oficiais de inteligência da ABIN, o que é gravissímo, não merece ser desprezado tal fato, pois a banalização fragilizam as Instituições no tocante a segurança externa do Brasil.
É oportuno registrar que nesse mencionado Inquérito Policial sou também investigado, mas em nenhum momento fui se quer ouvido ou exibido documentos e materiais apreendidos relacionados nos autos de busca e apreensão encontrados em minha residência, a fim de dirimir qualquer dúvida a respeito.
Com esse preâmbulo reflexivo passamos agora contrapor as mentiras ali lançadas na matéria acima indicada:
” Na semana passada Veja teve acesso a integra desse material. O conteúdo é estarrecedor e prova que o delegado centralizava o trabalho de uma imensa rede de espionagem que bisbilhotou secretamente desde a vida amorosa da ministra Dilma Rouseff até a antessala do presidente Lula, no Palácio do Planalto - passando pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo governador José Serra, além de senadores e advogados. Nos documentos encontrados na residência do delegado há relatórios que levantavam suspeitas graves sobre as atividades de ministros do governo, fotos comprometedoras que foram usadas para intimidar autoridades e gravações ilegais de conversas de jornalistas - tudo produzido e guardado à margem da lei. O material clandestino - 63 fotografias, 932 arquivos de áudio, 26 arquivos de vídeo e 439 documentos em texto - foi apreendido em novembro do ano passado pela Polícia Federal e estava armazenado em um computador portátil e em um pen drive guardado no apartamento do delegado no rio de Janeiro.” ( fls. 85/86 revista Veja, edição 2103, ano 42, nº 10, datada de 11 de março de 2009 ).
É importante afirmar que em minha residência no Rio de Janeiro não foi apreendido nenhum documento ou material, nem tampouco computador contendo dados da operação Satiagraha, conforme se comprova no auto de busca e apreensão na ocasião da diligência.
As diligências de busca e apreensão na minha residência em Brasília e no Hotel onde me encontrava naquela ocasião resultaram na apreensão de documentos pessoais, poucos documentos e materiais referentes a atividade de inteligência vinculados a operação Satiagraha, pois ali estavam em razão de prestar esclarecimentos pós-operação policial as autoridades competentes vinculadas ao caso ( Ministério Público Federal e a Justiça Federal ). Outro ponto relevante e significativo é que todos os documentos encontrados foram coletados no estrito cumprimento da lei e da Constituição da República.
Os dados cobertos pelo sigilo coletados com autorização judicial e de conhecimento do Ministério Público Federal, em nenhum momento incluiu ou revelou a participação da Exma. Ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, do ex-ministro José Dirceu, do Chefe de gabinete da Presidência da República Gilberto Carvalho, do Senador Heráclito Fortes, do Senador ACM Jr., do Ministro Roberto Mangabeira Unger na investigação da Satiagraha.
“… Os policiais buscavam provas de ações ilegais da equipe de Protógenes, entre as quais o áudio da interceptação cladenstina de uma conversa entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres. A existência do grampo foi revelada a VEJA em agosto do ano passado por um agente da Abin que participou da Operação Satiagraha como encarregado da transcrição de centenas de outras conversas captadas ilegalmente. O resultado final da investigação deve ser anunciado até maio, mas, pelo que já se encontrou nos arquivos pessoais de Protógenes, não resta sombra de dúvida sobre a extensão de suas ações ilícitas, cuja ousadia sem limite chegou á antesala do presidente Lula e a seu filho Fábio Luís.( fl. 86 revista Veja, edição 2103, ano 42, nº 10, datada de 11 de março de 2009 )
Quanto a essa falsa afirmação se resume na resposta oficial da decisão da Dra. Maria de Fátima de Paula Pessoa Costa ao exarar no IPL n. 2008.3400031634-9 da 10 ª Vara Federal Seção Judiciária do Distrito Federal dando conta de que o Delegado Protógenes não é investigado específico naqueles autos de investigação que apura o possível ”grampo cladestino que envolveu os nomes do Presidente do STF Gilmar Mendes e o Senador Demosténes Torres”, publicada de forma criminosa pela Revista Veja.
Os possíveis documentos - fs. 86, 88, 89 e 90 revista Veja, edição 2103, ano 42, nº 10, datada de 11 de março de 2009 - origináriamente advindos de investigações sigilosas da Polícia Federal, não merecem o mínimo de credibilidade, tendo em vista o teor mentiroso das informações ali lançadas de formato mentecapto.
Curiosamente na mesma edição criminosa da revista VEJA fl. 22 traz um excelente texto da festejada escritora Lya Luft com o título: ” NO PARAÍSO DA TRANSGRESSÃO “. Tal matéria traduz melhor o nosso sentimento em relação as notícias falaciosas.
“… Políticos sendo acusados de corrupção é tão trivial que as exceções se vão tornando ícones, ralas esperanças nossas. Onde estão os homens honrados, os cidadãos ilustres e respeitados, que buscam o bem da pátria e do povo, independentemente de cargos, poder e vantagens ? … Nessa nossa terra, muitos cidadãos destacados, líderes, , são conhecidos como canalhas e desonestos, mas, ainda que réus confessos ou comprovados, inevitavelmente se safam. Continuam recebendo polpudos dinheiros. Depois de algum tempo na sombra, feito eminências pardas, voltam a ocupar importantes cargos de onde nos comandam… Se invadir a casa de meu vizinho, fizer seus empregados de reféns, der pauladas na sua mulher ou na sua velha mãe e escrever nas paredes com excremento humano frases ameaçadoras, imagino que eu vá para cadeia. Os bandos de pseudoagricultores ( a maioria não sabe lidar na terra ) fazem tudo isso e muito mais, e nada lhes acontece: no seu caso, bizarramente, não se aplica a lei… Eis o paraíso dos transgressores: a lei é da selva, a honradez foi para o brejo, a decência te de ser procurada como fez há séculos um filósofo grego: ao lhe indagarem por que andava pela cidade com uma lanterna acesa em dia claro declarou: ” Procuro um homem honesto “. O que devemos dizer nós ? Temos pouca liderança positiva, raríssimo abrigo e norte, referências pífias, pobre conforto e estímulo zero, quase nenhuma orientação. A juventude é quem mais sofre, pois não sabe em que direção olhar, em que empreitadas empregar sua força e sua esperança, em quem acreditar nesse tumultuo de ideais desencontradas. Vivemos feito bandos de ratos aflitos, recorrendo à droga, à bebida, ao delírio, a alienação e à indiferença, para aguentar uma realidade cada dia mais confusa: de um lado, os sensatos recomendando prudência e cautela; de outro, os irresponsáveis garantindo que não há nada de mais com a gigantesca crise atual, que não tem raízes financeiras, mas morais: a ganância, a mentira, a roubalheira, a omissão e a falta de vergonha. E a tudo isso, abafando nossa indignação, prestamos a homenagem do nosso desinteresse e fazemos a continência da nossa resignação. Meus pêsames, senhores. Espero que na hora de fechar a porta haja um homem honrado, para que se apague a luz de verdade, não com grandes palavras e reles mentiras.
sábado, 7 de março de 2009
Ato contra o editorial "DITABRANDA", da Bolha de São Paulo.
Pela Justiça e pela Paz no Brasil