sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Não é que me negue a falar, mas não vou falar.


Sábias palavras do presidente do Tribunal de Contas do Estado, João Luis Vargas. É surpreendente a forma como nossos mais ilustres representantes fazem uso da língua portuguesa. Soa como se tivesse dito: "Não sou um mentiroso, embora tudo que eu tenha dito até agora seja mentira".

Se eu tivesse um jornalão, essa poderia ser manchete de capa. Para expor, quase da mesma forma que as algemas fizeram com o banqueiro-pop Daniel Dantas.
O presidente de um órgão, que serve para fiscalizar a aplicação dos recursos de um ente federado, caindo em contradição quanto ao seu discurso, desesperadamente procurando uma razão para não esclarecer seu suposto conluio com uma camarilha que desviou milhões do erário, também supostamente protegido e fiscalizado por ele.

Convocado para prestar esclarecimentos a comissão de Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle, da Assembléia Legislativa do Estado, essa foi a fantástica e coerente resposta do conselheiro: "Não é que me negue a falar, mas não vou falar. Esse é um assunto que está fora de ser discutido publicamente."

Fora de ser discutido publicamente, como se estivéssemos falando da virgindade de alguém, dos desacertos de um casal específico, ou de qualquer ação praticada no sigilo de quatro paredes, e não de um dos maiores assaltos aos cofres públicos da História da Província de São Pedro.

Essa quadrilha deve explicações públicas sim. E devemos expor essa "gente de bem", seja com algemas ou com palavras, mesmo que seja com as suas próprias incoerências.




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